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Pacientes acometidos por esse tipo de hipertensão nem sempre tomam os medicamentos prescritos como deveriam
Um alerta aos hipertensos, potenciais vítimas de distúrbios cardiovasculares: fazer o controle da pressão arterial e manter a forma física pode ser determinante para ajudar a controlar a hipertensão resistente. Este tipo específico de manifestação da doença se caracteriza pela manutenção dos níveis de pressão arterial acima dos recomendados, mesmo após três meses consecutivos da adoção de três tipos diferentes de anti-hipertensivos. Neste cenário, as conseqüências são preocupantes, pois com os níveis constantemente acima do recomendado, o paciente está mais sujeito a sofrer de infarto e acidente vascular cerebral, as líderes entre as causas de mortes em todo o planeta.
Dados da Associação Americana de Cardiologia apontam um crescimento nesses casos de 10%, entre 1993 e 2004, onde o número saltou de 14% para 24%. Os números estão baseados, principalmente em estudos realizados pelo médico David Calhoun, professor da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, considerado um dos mais importantes especialistas no assunto.
Para o cardiologista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, Dr. Wille Oigman, é essencial que o paciente cuide da saúde e utilize adequadamente os medicamentos já receitados. "Muitos pacientes saem dos consultórios com uma receita que determina que o medicamento seja ingerido em um horário determinado, todos os dias, porém não seguem o receituário. É muito importante ter esse controle, alerta Dr. Wille. "Hoje existem medicamentos que são ingeridos uma vez ao dia, na parte da manhã, de ação prolongada (24 horas) e que aumentam de forma significativa a adesão do paciente ao tratamento. Um exemplo satisfatório é o tratamento a base de telmisartana, que pode ser associada a outros medicamentos para controlar a pressão arterial de pacientes com hipertensão resistente. Além disso, controlar o peso e realizar exercícios físicos fazem parte do tratamento, que é continuo", completa Wille.
Importância do tratamento
Comparações estatísticas da ocorrência de acidentes cardiovasculares no período matutino apontaram a elevação gradativa da pressão arterial como fator decisivo na freqüência dos acidentes. Os médicos alertam que as chances de sofrer um derrame ou ataque cardíaco são ainda maiores para os hipertensos. A Sociedade Brasileira de Hipertensão estima que 26 milhões de brasileiros são hipertensos e somente cerca de 2,7 milhões estão em tratamento. Conhecida como "doença silenciosa", por não apresentar sintomas evidentes, o desconhecimento da condição clínica é um dos principais agravantes que impedem o tratamento adequado. "Pior são os que sabem ser hipertensos e não iniciam ou abandonam o tratamento", alerta Wille
De acordo com informações do Ministério da Saúde, 21,6% da população com 18 anos ou mais é hipertensa. Isso representa cerca de 26,5 milhões de pessoas que sabem que tem a doença: destas, apenas 5.076.631 estão no Sistema Nacional de Cadastro e Monitoramento de Hipertensos e Diabéticos (Sis-Hiperdia).