Por Alberto Alerigi Jr.
A Hypermarcas anunciou nesta segunda-feira a aquisição da Neo Química, criando o terceiro maior laboratório de capital brasileiro e o quarto maior em operação no país. A Hypermarcas informou que o negócio está estimado em cerca de 1,3 bilhão de reais. "A Hypermarcas pagará 687 milhões de reais em três parcelas anuais aos atuais controladores da Neo Química, que também receberão 17,5 milhões de ações ordinárias a serem emitidas pela companhia", disse.
"Ao final da transação, os controladores da Neo Química deterão 7,3 por cento do capital total da Hypermarcas e participarão do bloco de controle da empresa."
Após a aquisição, o setor de medicamentos deve representar 40 por cento do faturamento total da Hypermarcas, acrescentou a companhia em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
"Completamos cinco aquisições no ano, com valor total de cerca de 2 bilhões de reais, em linha com a estratégia anunciada durante a oferta pública de ações em julho", afirmou no comunicado o presidente-executivo da Hypermarcas, Claudio Bergamo.
A operação complementa o portfólio de produtos da unidade de negócios Farma da Hypermarcas, com medicamentos genéricos.
A Neo Química foi criada em 1959, e a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) anualizado para 2009 é de 95 milhões de reais, com faturamento bruto de 380 milhões de reais.
A empresa inaugurou uma nova fábrica neste ano que a permitiu ingressar no mercado de injetáveis em frasco ampola. A companhia exporta para América Latina e África desde 2003 e mantém planos de expandir operações na Ásia e Europa até 2010.
Antes da aquisição da Neo Química, a Hypermarcas comprou a fabricante de preservativos Inal, que comercializa marcas como a Olla, por 212,6 milhões de reais. Antes disso, a empresa já havia fechado acordo para comprar a Pom Pom por 300 milhões de reais.
A Hypermarcas, fundada em 2000, consolida algumas das principais marcas de diversos setores do mercado de consumo, como Assolan, Monange, Paixão, Risqué, Lucretin, Benegrip, Apracur, Doril, Lisador, Engov, Gelol, Zero-Cal, Bozzano e Cenoura & Bronze.
O grupo brasileiro já vinha apontando a possibilidade de novas aquisições, buscando ampliar seus negócios para concorrer com gigantes internacionais como Unilever e Procter & Gamble.