O levantamento mais recente da Close-Up International indica que 10,9% das lojas abertas nos últimos dois anos, até outubro de 2024, já encerraram as atividades, totalizando 11.839 PDVs. O recuo é encabeçado pelas farmácias independentes e redes de menor porte, que descontinuaram a operação de 11.198 unidades.
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Esse volume representa 94% do índice de fechamentos. Em contrapartida, esse índice é de apenas 6% nas grandes varejistas e nos grupos de associativismo.
Segundo Paulo Paiva, vice-presidente Corporativo da Close-Up International América Latina, ao todo, existem 61 mil farmácias independentes no Brasil. Elas lideram o fechamento e a abertura de novas unidades.
Em relação ao que mantém a farmácia independente mais competitiva, Paiva destaca a importância de um sortimento variado.
“A farmácia independente trabalha com 25% do número de itens de uma grande rede, ou seja, três mil. Por isso, é necessário investir em um sortimento variado para atender ao maior número de pessoas e melhorar a performance da loja”, orienta. Segundo a Close-Up, quanto maior o número de itens, maior a venda.
Outro fator que torna o negócio mais competitivo é a gestão. O empresário que tem uma farmácia independente precisa desenvolver estratégias para fidelizar os clientes, gerenciar corretamente o estoque, aproveitar as ofertas dos distribuidores, entre diversas outras medidas relacionadas a uma gestão profissionalizada, embasada em dados e apoiada em ferramentas.
Onde as independentes estão mais presentes
Paulo Paiva revelou que se abrem mais farmácias independentes em cidades com até 20 mil habitantes, onde as grandes redes ainda não estão com forte presença. Esse cenário é positivo, pois coloca o independente dentro de um “oceano azul”, com oportunidades e públicos a serem fidelizados. “A farmácia independente tem tudo para ter sucesso nessas condições, mas precisa melhorar alguns pontos, por exemplo, a comunicação com esse público do interior”, aconselha o executivo.
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Como muitas têm dificuldade em fazer, sozinhas, a gestão do negócio, o associativismo acaba se mostrando uma opção. E é nesse espaço que ele se desenvolve, ou seja, entre independentes mal geridas e onde as grandes redes não estão presentes. “O associativismo tem favorecido o crescimento do varejo farmacêutico e ocupado espaços deixados por outros setores. Nos últimos dez anos, esse modelo de agrupamento cresceu acima do mercado”, analisa o especialista.
Para que uma nova farmácia independente cresça e prospere, é necessário investir em gestão. O empresário precisa se preparar, estudar o mercado, fazer cursos do setor e contar com as ferramentas adequadas, inclusive desenvolver estratégias que vão desde a pré-inauguração até a abertura oficial da loja.
“Será muito difícil acertar sem conhecimento sobre as particularidades do setor. Por isso, minha sugestão é procurar aprender sempre. Se tiver o capital necessário para abrir uma farmácia e buscar o preparo necessário, o independente terá sucesso em sua jornada”, finaliza.