Valor Econômico
O laboratório suíço Ferring Pharmaceuticals vai investir entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões no Brasil, como parte da estratégia de expansão do grupo em países emergentes. "O Brasil foi o terceiro mercado de maior crescimento em faturamento para a Ferring em 2009", afirmou Roberto Alvarenga, presidente da companhia no país.
A maior importância do mercado brasileiro para a Ferring levou os altos executivos da companhia na Suíça a direcionar pesados investimentos para o Brasil entre 2010 e 2011. "Avaliamos fazer aquisições de laboratórios, produtos (medicamentos) e até parcerias no país, com empresas locais ou estrangeiras", disse Alvarenga. O grupo também planeja ter uma fábrica própria no país e decidiu criar um centro de pesquisa e desenvolvimento. Neste momento, o grupo prospecta parcerias com universidades para incrementar sua área de pesquisa e desenvolvimento de produtos.
Segundo Alvarenga, a empresa já deu início a conversações com algumas companhias e deverá bater o martelo sobre os investimentos no país nos próximos meses. "O Brasil é o único país do Bric (que também inclui a Rússia, Índia e China) que ainda não tem investimento direto da Ferring." Países como Turquia e Coreia do Sul, que também aumentaram o faturamento, deverão receber aportes do grupo.
Presente em 45 países, a Ferring está voltando suas atenções para países emergentes, cujas vendas têm crescido expressivamente em relação aos mercados já consolidados. A decisão de investir no Brasil tem sido discutida pelos executivos da matriz há pelo menos seis meses, disse Alvarenga. Nos próximos três a cinco anos, o grupo pretende triplicar o faturamento no Brasil.
A Ferring, que foi fundada originalmente na Suécia pela família Paulsen, tem como foco as áreas de reprodução humana (tratamento em infertilidade e maternidade), urologia, gastroenterologia e oncologia. Desde 1995 no Brasil, a Ferring importa os medicamentos e vende em hospitais, para o governo e consultórios. No país, a Ferring é vice-líder em vendas de medicamentos para infertilidade – a primeira nesse segmento é a Merck Serono. Na Europa, o grupo detém a liderança.
A expectativa da companhia é comercializar no Brasil o medicamento Degarelix (hormônio para câncer da próstata), que está sob análise da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que deve ser liberado para comercialização entre o fim de 2010 e início de 2011. Não está nos planos da companhia entrar no segmento de medicamentos genéricos.