As vendas de medicamentos genéricos cresceram 16% em volume no primeiro semestre de 2013 no comparativo com o mesmo período de 2012. Foram comercializadas no período 373,2 milhões de unidades contra 321,3 milhões nos seis primeiros meses do ano passado. O conjunto das indústrias fabricantes de genéricos realizaram vendas que somaram R$6,3 bilhões nos seis primeiros meses do ano contra R$5,1 bilhões em igual período do ano passado, apresentando um salto de 23,5%. As informações são da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, a PróGenéricos, com base nos dados do IMS Health. Com 27,2% de participação de mercado, o setor espera que a categoria de medicamentos atinja 30% de market share ainda no primeiro semestre de 2014. “Perseguimos essa marca de 30% de participação de mercado desde 2011. Embora o ritmo de crescimento do setor tenha diminuído ao longo do ano passado e nesse primeiro semestre de 2013, seguimos ocupando nosso espaço de forma consistente no varejo farmacêutico, atingindo participação equivalente a de países em que os genéricos já existem há muito mais tempo que no Brasil”, ressalta Telma Salles, presidente executiva da entidade. A PróGenéricos prevê que os genéricos alcancem de 35% a 40% de participação nas vendas do mercado brasileiro até 2020, mesmo com a adequação dos similares que a partir do próximo ano terão de passar pelos mesmos testes de bioequivalência e biodisponibilidade farmacêutica. “Não haverá disputa muito diferente a que já existe hoje. Os genéricos continuam com o atributo da intercambialidade e seguirão com a prerrogativa de substituir os produtos de referência nas receitas médicas. O que deve ocorrer é o fortalecimento de algumas marcas de similares, que deverão continuar ocupando espaço importante nas vendas da indústria. Também devemos ver uma forte presença de similares no mercado de medicamentos isentos de prescrição”, explica Salles. Com peso cada vez mais importante para os resultados do conjunto da indústria, sem os genéricos, a indústria farmacêutica não teria apresentado performance acima de dois dígitos. Com os genéricos, o mercado total apresentou crescimento de 11,1% nas vendas. Sem os genéricos, o crescimento foi de 9%. Em dólares, a indústria brasileira, que movimentou US$13,4 bilhões em vendas, apresentou crescimento de 6,3% no primeiro semestre de 2013. Sem os genéricos, o crescimento ficou em 4,3%. Os medicamentos de uso crônico continuam alavancando as vendas do setor. Genéricos para hipertensão, controle do colesterol e diabetes estão entre os mais vendidos. “Os genéricos têm contribuído para a ampliação do acesso e têm sido instrumento importante para programas governamentais, como o Farmácia Popular”, afirma Salles. Alguns produtos dispensados gratuitamente pelo governo tiveram o consumo ampliado em até 5 vezes. “Isso é acesso. Essa é a missão dos medicamentos genéricos”, enfatiza. As incertezas da economia brasileira no decorrer de todo o primeiro semestre são as principais causas para diminuição do ritmo de crescimento do setor, aponta a PróGenéricos. A entidade espera um desempenho mais forte no segundo semestre, fechando o ano com 20% de crescimento. “Seria uma boa marca para nossas indústrias, diante do cenário macroeconômico atual. O crescimento dos genéricos não é benéfico apenas para as nossas indústrias, ele impacta positivamente toda sociedade, pois está ligado à ampliação do acesso. Além disso, como as maiores empresas do setor farmacêutico hoje atuam em genéricos, um bom desempenho nas vendas de genéricos é positivo para o mercado como um todo”, conclui. Desde que surgiram no mercado, em 2001, os genéricos geraram economia de R$ 38 bilhões aos consumidores brasileiros. Com preços em média 60% mais baratos que os medicamentos de referência, os genéricos também funcionam como reguladores de preços e demanda. “É impossível um produto de marca permanecer no mercado sem promover uma redução abrupta no preço de registro. É a única saída para competir com o genérico. Isso mostra que mesmo quem não compra o genérico, também é beneficiado com preços mais baixos”, afirma. Fonte: Conteúdo Comunicação