Gazeta Mercantil
A Merck, gigante do setor farmacêutico dos Estados Unidos, pagará US$ 41 bilhões para adquirir a concorrente Schering-Plough, anunciaram as duas empresas ontem. As companhias informaram em comunicado conjunto que a empresa combinada manterá o nome Merck e que o acordo foi unanimemente aprovado pelos conselhos administrativos das companhias.
Richard T. Clark, principal executivo da Merck, irá liderar a companhia combinada.
Com a transação, a Merck amplia sua atuação em medicamentos cardiovasculares, para o aparelho respiratório e oncológicos. A empresa farmacêutica também alavanca o setor de pesquisa e desenvolvimento de remédios, que inclui um produto da Schering-Plough chamado TRA, droga promissora destinada a prevenir coágulos sanguíneos.
Além disso, a Merck irá se beneficiar com o alcance mundial da Schering-Plough, que possui cerca de 70% de suas vendas fora dos Estados Unidos, incluindo mais de US$ 2 bilhões por ano nos mercados emergentes. Entretanto David Moskowitz, analista da Caris & Company em Nova York, sugeriu que as companhias poderão precisar aumentar o preço da ação acima dos US$ 23,61 ofertados.
"Creio que deveria ser pelo menos US$ 12 bilhões a US$ 15 bilhões mais elevado", disse o analista , já que os investidores poderão não ficar satisfeitos até que o preço da ação alcance "cerca de US$ 29 ou US$ 30."
As ações da Merck ontem despencaram 11% no início do pregão em Nova York , enquanto as da Schering-Plough avançaram mais de 14%, à medida que os analistas sugeriram que a Johnson & Johnson poderia fazer uma contra-oferta. J&J, com sede em New Brunswick, em Nova Jersey (EUA), não respondeu de imediato um pedido para que fizesse comentários a esse respeito.
As companhias informaram esperar que o acordo, que necessita da aprovação dos órgãos reguladores, seja fechado no quarto trimestre. A nova empresa continuará a pagar o dividendo total da Merck, acrescentaram, e ficará sediada em Whitehouse, no estado norte-americano de Nova Jersey, onde se localiza a matriz da Merck.