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Ao receber o presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb) e mais oito parlamentares baianos em seu gabinete, o ministro Temporão admitiu a crise e se dispôs a ajudar a encontrar alternativas para a saúde privada.
Durante o encontro que teve esta semana em Brasília com Marcelo Britto, presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb) e mais oito parlamentares baianos, o Ministro da Saúde José Gomes Temporão, reconheceu a crise na saúde privada e se disse muito preocupado com a "debandada" dos hospitais da rede privada credenciados ao SUS. Embora tenha admitido a baixa remuneração paga aos hospitais prestadores de serviços do SUS, afirmou que não há a menor chance de se promover um reajuste das tabelas. Com um rombo de dois bilhões no orçamento, o ministro da Saúde José Temporão adiantou que poderá até faltar recursos para o SUS no final do ano. Apesar disso, se dispôs a ajudar a encontrar alternativas para a saúde privada.
Uma dessas alternativas seria a revisão das tabelas praticadas pelas operadoras de planos de saúde. Para isso, o ministro se comprometeu com a marcação de uma reunião com o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Fausto Pereira dos Santos, para discutir o assunto. Temporão solicitou também à deputada Lídice da Mata (PSB), líder da bancada da Bahia no Congresso Nacional, o agendamento de uma reunião com os ministros da Fazenda Guido Mantega e Paulo Bernardo do Planejamento, da qual ele também participaria, para tratar da desoneração tributária do setor e da abertura de linhas de crédito para a rede hospitalar privada.
Sobre este assunto, especificamente, o presidente da Ahseb apresentou ao ministro uma portaria do BNDES, datada de 27 de agosto desse ano, que disponibiliza recursos da ordem de 1,5 bi para as universidades públicas e privadas com carência, prazos e juros atrativos. "Explicamos ao ministro que o setor da Saúde privada necessita de uma iniciativa semelhante", destacou Marcelo Britto. Segundo ele, o ministro Temporão elogiou a iniciativa dos empresários do setor de saúde da Bahia, mas afirmou que esta crise não é uma exclusividade do estado Bahia e sim do Brasil, por isso, se disponibilizou em ajudar a encontrar alternativas que tirem o setor da crise e que contribuam para melhorar a assistência à saúde da população.
Apesar das más notícias em relação ao SUS, Marcelo Britto avaliou a reunião como positiva. "Nossas reivindicações são justas e coerentes, por isso têm sido bem recebidas na esfera federal. Continuaremos a lutar com persistência em torno do nosso objetivo que é tirar os hospitais privados da crise e melhorar a assistência à saúde da população como um todo", afirmou. Participaram da reunião, além do presidente da Ahseb, o senador César Borges (DEM) e os deputados federais Lídice da Mata (PSB), Félix Mendonça (DEM), Alice Portugal (PCdoB), Colbert Martins (PMDB), Paulo Magalhães (DEM), Luiz Carreira (DEM), Geraldo Simões (PT), Cláudio Cajado (DEM), Zezéu Ribeiro (PT) e Daniel Almeida (PCdoB).