A última entrevistada da série “Mulheres que Empreendem no Canal Farma”, do programa É de Farmácia, é Tarsylla Novaes, sócia das Drogarias Farmaxx. A iniciativa teve como objetivo enaltecer as mulheres que são líderes no varejo farmacêutico e também estimular o empreendedorismo feminino no segmento.
Confira a entrevista:
Viviane Massi: Há três meses, no parto do seu terceiro filho, você descobriu que estava com Covid-19 e precisou ser intubada. Que lições tirou desse momento?
Tarsylla Novaes: Tenho uma doença autoaimune capaz de causar tromboses, e o coronavírus ajuda a acelerar esse processo. Quando fui diagnosticada com Covid-19, me levaram do parto direto para a UTI, onde fiquei duas semanas. Além de não ver meu filho por todo esse tempo, também não sabia o que seria da minha vida. Depois dessa experiência, entendi que não se deve brincar com a vida, como vemos muitas pessoas fazendo em relação à doença. Foi muito desafiador, mas deu tudo certo.
VM: Como consegue conciliar o lado maternal com o profissional?
TN: Sempre digo aos meus filhos que não é verdadeiro o conceito de que homens não fazem tarefas domésticas e que mulheres não podem trazer dinheiro para casa. Então, eles se dividem para me ajudar a lavar louça, varrer, entre outras atividades. Quero que, no futuro, meus filhos tenham esposas e não empregadas. É um processo cansativo, mas muito gratificante.
Sempre digo aos meus filhos que não é verdadeiro o conceito de que homens não fazem tarefas domésticas e que mulheres não podem trazer dinheiro para casa.
VM: Hoje você está à frente de seis lojas das Drogarias Farmaxx, juntamente com seu marido, mas se formou em Direito, curso muito diferente do seu trabalho. Onde aprendeu o que sabe sobre gestão?
TN: Conheci meu marido no último ano da faculdade, e a família dele estava no processo de criação da rede. Ele já tinha duas lojas, e eu comecei a entender sobre balcão, aplicação de injetáveis e todo o universo da farmácia. Gosto muito de humanização, e foi isso que me encantou nessa vivência.
VM: Além das farmácias, você abriu uma ótica, mas confessou que foi muito difícil fazer o negócio engrenar. Por quê?
TS: Ao iniciar um negócio, é preciso ter total conhecimento do ramo. No caso da ótica, precisava entender tudo sobre visão, olho, o que o cliente necessita, tipos de lente, de óculos. É um processo de entendimento que não tive tempo de estudar. Por isso, terceirizamos a administração para alguém que tem total conhecimento desse segmento.
VM: Na sua visão, o que é empreendedorismo?
TN: Vida. Amo estudar sobre o tema, amo descobrir e fornecer soluções para as necessidades que as pessoas têm, amo estar à frente dos negócios, gosto de estar em contato com pessoas que possam trazer benefícios ao meu ramo. Empreender nada mais é do que se dedicar e estar aberto para algo novo no mercado de trabalho.
VM: Você passou por algum tipo de preconceito nesse ramo por ser mulher?
TN: Sim. Estar à frente de um negócio e tomar decisões são atitudes meio assustadores para alguns homens. Quando a mulher entende do processo, ela tem uma mente ampla, o que deixa muitas pessoas incomodadas.
Estar à frente de um negócio e tomar decisões são atitudes meio assustadores para alguns homens. Quando a mulher entende do processo, ela tem uma mente ampla, o que deixa muitas pessoas incomodadas.
VM: Qual é a sua dica para as mulheres que desejam empreender no canal farma ou em outro segmento?
TN: Não desistam. Empreender não é fácil ou difícil, exige força de vontade. Conheça seu mercado, seu público, suas necessidades, o local onde seu negócio ficará. Saiba dar valor aos clientes, mesmo àqueles que entram apenas para “dar uma olhada”. Confie nas suas decisões.
Assista a entrevista completa no canal da Ascoferj, no YouTube.
Veja também: Mulheres que Empreendem: Janete de Matos, da Rede Agafarma
Fonte: Revista da Farmácia