O Estado de São Paulo
Descobertas sugerem que droga telaprevir pode reduzir o tempo de tratamento de um ano para seis meses
Uma droga experimental aumentou o número de pessoas aparentemente curadas de infecção pela hepatite C, de acordo com resultados do estágio médio de dois testes.
As descobertas também sugerem que a droga telaprevir, produzida pela Vertex Pharmaceuticals, que patrocinou ambos os testes, pode reduzir o tempo de tratamento de um ano para seis meses. No entanto, as pessoas que tomaram o remédio informaram mais efeitos colaterais, como problemas de pele, náusea e anemia, que os pacientes que se mantiveram no tratamento comum.
A despeito disso, o telaprevir e drogas similares que também passam por testes oferecem a esperança de um grande avanço contra a doença, que afeta um número estimado de 180 milhões de pessoas em todo o mundo. Ela é causada por um vírus transmitido pelo sangue, e que pode levar a ferimentos ou a câncer de fígado.
O objetivo do tratamento é ajudar o sistema imunológico a eliminar o vírus. Terapias atuais combinam as drogas peginterferon e ribavirin, mas menos da metade dos pacientes se cura. O telaprevir e outras drogas de nova geração têm o potencial de virar o jogo, porque atacam especificamente o vírus da hepatite C.
Nos dois estudos, cerca de dois terços das pessoas que receberam telaprevir em conjunto com a terapia normal por seis meses não mostraram sinais do vírus depois de seis meses, o que os médicos consideram cura. Isso comparado com os 40% a 50% obtidos pelo tratamento normal sozinho.
O telaprevir ainda não está no mercado. O laboratório pretende pedir aprovação das autoridades americanas no próximo ano. Os resultados dos testes serão publicados na edição desta quinta-feira, 30, do New England Journal of Medicine.