O lobo solitário

Exemplo para sua equipe, líder precisa de capacitação contínua para manter afinadas as estratégias de liderança.

Revista da Farmácia (edição 195):

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O ambiente de trabalho e as relações humanas dentro das empresas sofreram importantes transformações nas últimas décadas, segundo o coach especialista em Desenvolvimento de Talentos, Rui de Sá Telles. O modelo de hierarquia do passado, em que existiam os “chefes” com uma postura quase militar, já não obtém resultados positivos atualmente. Por isso, o líder precisa adaptar-se, estudar e desenvolver a resiliência e a capacidade de ouvir. As equipes, no varejo farmacêutico, são, cada vez mais, formadas por jovens que foram educados de forma diferente, com mais abertura e diálogo com os pais.

Nesse contexto, a capacitação contínua é determinante para o sucesso da liderança, pois é buscando novos conhecimentos que o líder aprimora sua capacidade para liderar. “Além de reciclar as habilidades, os treinamentos permitem que ele aprenda novas técnicas e conceitos de liderança e motivação, os estilos mais aplicados, os perfis e as práticas de liderança, motivação de equipe, automotivação, autodesenvolvimento e autoaprendizado. Ser líder é algo muito solitário e, em razão disso, estar sempre motivado é um desafio”, define a presidente da Academia de Varejo e diretora executiva da Escola de Negócios, Andrea Securato.

Atualmente, o diferencial dos líderes é justamente ter o conhecimento do mercado em que atuam. Para quem é do varejo farmacêutico isso é mais forte ainda, de acordo com Andrea, pois é um setor com muitas particularidades. “As grandes redes desse ramo estão precisando de gestores mais completos, como profissionais farmacêuticos capacitados em atuar também na gestão de sua unidade de negócios. Para isso se tornar possível, é preciso focar em treinamentos, com ênfase em conhecimento sobre o mercado farmacêutico, gestão de operação, área comercial e, claro, liderança”, acrescenta Andrea.

Especialistas concordam que líderes desatualizados não ajudam a empresa a crescer. O conhecimento deles pode e deve ser utilizado para contribuir com o desenvolvimento constante dos negócios. Cada vez mais, as empresas vêm ajudando profissionais no que se refere à capacitação, com incentivos, bonificações ou ajuda de custo. Se o líder não busca se aprimorar, outra pessoa o fará.

Para a professora Claudia Araújo, do Instituto de Finanças Coppead/UFRJ, o mercado está muito dinâmico e competitivo, demandando atualização e capacitação constantes dos líderes. “Fusões, aquisições, quebras de patente, acesso ao mercado, genéricos e regulação são alguns dos fatores que desafiam os líderes do setor farmacêutico no momento”, avalia Claudia. Segundo ela, a capacitação contínua fornece não somente as ferramentas para lidar com os desafios, mas também estimula o motor da inovação e cria um ambiente mais atraente para os subordinados pela oportunidade de aprendizado contínuo e de troca dentro da empresa.

 

E o tempo?

“O tempo está escasso para todos nós, mas é preciso organizá-lo e se dedicar àquilo que contribuirá para o dia a dia profissional e para a carreira”, defende Andrea, da Academia de Varejo. Segundo ela, investir na carreira agrega valor e, principalmente, incide no desempenho dentro da organização. “Conhecimento é algo que ninguém pode tirar e jamais irá se perder. Os líderes devem flexibilizar e abrir mão, temporariamente, de alguns compromissos em prol da capacitação”, complementa.

A Academia de Varejo antecipou-se e criou soluções adaptadas à realidade do setor. A graduação para formação de “Tecnólogos em Processos Gerenciais”, por exemplo, focada em vendedores e na primeira liderança, passou a ter aulas entre 7h e 10h. “Notamos que a disposição e o rendimento dos alunos aumentaram e eles começaram a aplicar o conteúdo estudado de forma mais imediata nos locais onde trabalham”, conta Andrea. Já as pós-graduações “Trade Marketing e Experiência do Shopper” e “Varejo Físico e Digital” contam com aulas realizadas uma vez por semana

Para a professora do Coppead, a falta de tempo não denota baixa priorização ou falta de disposição para voltar às salas de aula. Os líderes estão, de fato, sobrecarregados. “O dinamismo e os desafios do mercado requerem decisões rápidas, absorvendo todas as energias dos líderes. Acho que pequenos cursos ou mesmo seminários de um dia, como os que são promovidos pelo Centro de Estudos em Gestão de Serviços de Saúde (CESS), do Coppead/UFRJ, são um ótimo formato para conciliar a falta de tempo com a necessidade de capacitação contínua”, sugere Claudia.

Recentemente, o CESS organizou um encontro sobre market access e teve inscritos não somente do Rio de Janeiro, mas também de São Paulo. “Percebemos que há interesse grande por capacitação. Talvez o modelo on demand seja o mais indicado para executivos ocupados, que querem informações pontuais sobre determinados temas de gestão”, analisa Claudia.

Para o coach Rui Telles, a falta de tempo pode estar associada ao fato de que grande parte dos pequenos empresários não delega as tarefas. “A maioria do setor começou de baixo e foi construindo o negócio com muito trabalho e sacrifício. Por isso, se acostumou a fazer de tudo: balcão, caixa, compras. E, conforme a empresa cresce, tem dificuldade em delegar. Em alguns casos, noto apego à rotina. Com isso, não sobra tempo para fazer mais nada”, observa Telles.

Em geral, os especialistas sugerem que os líderes do setor busquem capacitação em negociação, cultura e comportamento de consumo, comunicação, liderança estratégica, inovação, empreendedorismo e design thinking, uma disciplina que tem origem no design e que está chamando cada vez mais a atenção dos executivos por fornecer as ferramentas necessárias para fomentar a inovação contínua nas empresas.

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