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Pacientes brasileiros de esclerose múltipla ganham novo medicamento

Portal Fator Brasil

Especialistas internacionais no tratamento da esclerose múltipla realizaram palestras para 50 neurologistas brasileiros, no último sábado, em São Paulo, apresentando um novo medicamento, com maiores benefícios para o tratamento da doença, que é auto-imune e acomete o sistema nervoso central. Vindos do Canadá e da Espanha, países que possuem importantes centros médicos para o tratamento da esclerose múltipla, os médicos Peter Rieckmann e Jaume Sastre-Garriga, explicaram a importância da nova droga, que acaba de chegar ao Brasil.

“Temos agora uma droga bem mais eficiente por ser menos imunogênica, com menos efeitos colaterais locais e, dessa forma, mais tolerada pelos pacientes”, explicou o Prof. Rieckmann, da Divisão de Neurologia do Centro de Pesquisas Cerebrais do Hospital da Universidade British Columbia, em Vancouver, Canadá, onde são atendidos anualmente cerca de 4 mil pacientes.

Para o espanhol Jaume Garriga, da Unidade de Neuroimunologia do Hospital Universitário Vall d`Hebron, em Barcelona, o ponto chave do novo medicamento – uma nova formulação de betainterferona 1 a – é a menor imunogenicidade. “Muitas pessoas desenvolvem anticorpos à própria droga, o que neutraliza o efeito do tratamento, ele fica menos eficaz. Com esta nova fórmula o tratamento será mais eficiente”, observa o professor. Em seu centro em Barcelona, são acompanhados regularmente 2.500 pacientes com esclerose múltipla.

Medicamento oral e diagnóstico por imagem – O evento do último sábado abordou ainda as dificuldades e importância em definir o diagnóstico correto, excluindo doenças que costumam ter sintomas parecidos, principalmente com o uso de exames de Ressonância Magnética por Imagens. Além de antecipar novidades para o próximo ano, quando deverá chegar ao mercado o esperado medicamento oral para o tratamento da esclerose múltipla.

“Já sabemos que o medicamento oral – a cladribina – é muito eficiente na redução de recaídas, como acontece com as drogas injetáveis. Mas precisamos saber sobre os efeitos colaterais em longo prazo. Por enquanto sabemos apenas sobre os efeitos colaterais nos dois anos de estudos. Mas acho que quando a droga oral estiver disponível teremos que fazer um mix de situações individualizadas para cada paciente: quem vai começar com a oral por não tolerar a injetável, quem vai continuar com o medicamento tradicional e assim por diante”, observa Peter Rieckmann.

Especialista no diagnóstico da esclerose múltipla, Jaume Garriga, falou sobre a importância do exame de Ressonância Magnética por Imagem. Para ele, o exame é muito importante e somente pode ser dispensável quando o paciente já teve dois ataques bem claros da doença.

Na opinião de Garriga, o aumento da prevalência da esclerose múltipla deve-se muito aos exames de Ressonância Magnética. “Estamos mais capazes em reconhecer a doença. Acho que a prevalência aumenta por vários motivos, mas também em função dos melhores diagnósticos”.

A esclerose múltipla é uma doença auto-imune, crônica, que afeta o sistema nervoso central. Não tem causa definida e surge em adultos jovens – com idade entre os 20 e os 40 anos -, comprometendo movimentos e visão. A esclerose múltipla afeta mais as mulheres, numa proporção de três para um. Sintomas como perda de visão unilateral, diminuição<

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