Pesquisa genética entra na luta contra o câncer

Valor Econômico

As pesquisas genéticas estão dando mais um grande passo na luta contra o câncer. Pesquisadores pretendem apresentar neste fim de semana novos dados que confirmam o que muitos médicos já desconfiavam: que o Iressa, medicamento para o câncer de pulmão antes considerado um fracasso, pode ser útil para dezenas de milhares de pacientes – especificamente os asiáticos, não-fumantes e outras pessoas com uma certa diferenciação genética.

A confirmação contribui para um corpo de evidências que está encorajando empresas farmacêuticas como a fabricante do remédio, a AstraZeneca PLC, a desenvolver uma nova onda de drogas com alvos genéticos específicos para tratar vários tipos de câncer. Entre os outros remédios voltados para perfis genéticos estão o Herceptin, para câncer de mama, e o Herbitux, para câncer de cólon. E o ritmo do desenvolvimento desses remédios está acelerando.

"É nessa direção que o tratamento do câncer caminha", diz Lecia Sequist, uma professora-assistente de medicina da Faculdade de Medicina de Harvard e oncologista do Centro de Câncer do Hospital Geral de Massachusetts, nos EUA.

A AstraZeneca lançou o Iressa em 2002 para tratar a forma mais comum de câncer do pulmão, doença que mata 1,3 milhão de pessoas por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde. A popularidade do remédio caiu rapidamente quando estudos mais abrangentes não conseguiram provar sua eficácia. Mas os médicos notaram que o remédio aparentemente continuava a fazer efeito em certos grupos, como asiáticos e não fumantes.

Na conferência de domingo da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Orlando, pesquisadores vão apresentar os resultados de um estudo clínico que comprova a principal hipótese para explicar as constatações dos médicos: que os grupos citados têm uma mutação genética num processo celular envolvido no crescimento de células cancerosas.

Segundo resultados preliminares do estudo, que envolveu mais de 400 participantes asiáticos, o Iressa paralisou o desenvolvimento do câncer numa mediana de 9,5 meses em pacientes com a mutação. Tratamentos de quimioterapia retardaram a evolução dos tumores numa mediana de 6,3 meses. Em pacientes sem a mutação genética, a quimioterapia teve um resultado muito melhor – manteve o câncer estagnado em 5,5 meses, ante 1,5 mês com o Iressa.

Ainda não está totalmente claro por que os pacientes com a mutação respondem assim ao Iressa. O remédio bloqueia o receptor do fator de crescimento epidérmico que fica na superfície das células cancerosas, um receptor que envia sinais que instruem as células a se proliferar. Pessoas com a mutação genética têm receptores que enviam sinais particularmente fortes, então quando o sinal é bloqueado as células anômalas morrem a um ritmo muito maior do que nos outros pacientes, acreditam alguns cientistas. Cientistas acreditam que cerca de 10% das pessoas com a forma mais comum de câncer do pulmão têm essas mutações.

Mesmo assim, o Iressa pode acabar não se revelando um remédio salvador. Embora ele aparentemente adie o crescimento do câncer em alguns pacientes, ainda não mostrou que pode prolongar a expectativa de vida. E talvez ainda mais importante é como a descoberta no Iressa s

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