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Pesquisadores descobrem genes capazes de combater esclerose múltipla

Correio Braziliense

Um grupo de pesquisadores americanos descobriu dois genes associados à reparação de sistemas nervosos em ratos que sofrem de esclerose múltipla, de acordo com um estudo apresentado em uma conferência na Alemanha.

A descoberta traz a esperança do desenvolvimento de novas e mais efetivas terapias para tratar a esclerose, além de maneiras de prever como alguns pacientes reagirão aos efeitos desta devastadora doença degenerativa.

"É possível que a identificação destes genes dê a primeira pista importante sobre porque alguns pacientes com esclerose múltipla vivem bem e outros não", indicou o autor do estudo, Allan Bieber, neurocientista da Clínica Mayo, em Minnesota, Estados Unidos.

"Enquanto ainda estamos nas etapas iniciais desta pesquisa, ela pode eventualmente levar ao desenvolvimento de terapias úteis que estimulem ou inibam estas plataformas genéticas em pacientes com esclerose múltipla", explicou.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune que ataca o sistema nervoso central. Pesquisas anteriores mostram que parte dos danos causados pode ser recuperada pelo corpo, mesmo sem qualquer tipo de tratamento.

A equipe de Bieber fez o estudo em ratos com uma doença crônica e progressiva semelhante à esclerose múltipla, e mapeou os genes que reparavam espontaneamente os danos causados ao sistema nervoso central.

Assim, os pesquisadores descobriram dois determinantes genéticos fortes desta reação boa à doença.

"Os dados genéticos indicam que a boa reparação do sistema nervoso central resulta da estimulação de uma plataforma genética ou da inibição de outra", disse Bieber em um comunicado.

Os resultados da pesquisa sugerem que pode haver um pequeno número de determinantes genéticos fortes que definem porque algumas pessoas são capazes de reparar o dano causado pela esclerose múltipla.

"Se isso for verdade, pode ser possível mapear os mais importantes determinantes genéticos que reparam o sistema nervoso central em pacientes com esclerose múltipla, e definir um genótipo reparador que ajude a prever a reação dos pacientes", indicou por sua vez Moses Rodriguez, especialista em esclerose múltipla da Clínica Mayo.

"Uma ferramenta destas para o diagnóstico seria um enorme benefício para pacientes com esclerose múltipla", acrescentou.

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