Valor Econômico
Duas medidas impostas em fevereiro pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), causaram polêmica no varejo farmacêutico, que conseguiu liminares na Justiça para impedir que entrem em vigor. As novas regras não devem ter efeitos drásticos sobre o faturamento das grandes redes, mas o setor se queixa de uma regulamentação excessiva.
A medida que mais irritou as farmácias foi a proibição de expor os medicamentos sem prescrição médica, como Aspirina, em prateleiras. A Anvisa quer que esse produtos estejam atrás do balcão para inibir a automedicação. Na avaliação de executivos do setor, a medida desrespeita a capacidade de escolha do consumidor e dificulta a comparação de preços. Mas já há lugares onde isso é feito, como o Paraná.
A outra medida polêmica foi o impedimento de que as farmácias vendam produtos que não estejam relacionados a saúde, higiene e beleza, como alimentos. Francisco Deusmar, da Pague Menos, critica a "miopia" da Anvisa. Em alguns locais no Nordeste, as lojas da rede funcionam como postos de conveniência. Nessas unidades, a Pague Menos vende até sorvete e refrigerante. "Somos o quarto maior vendedor de sorvete no Nordeste", diz Deusmar.
As redes de farmácias ganharam espaço na venda de produtos de higiene e beleza. Segundo a Nielsen, o gasto médio por compra desses itens nas drogarias cresceu de R$ 10,7 em 2008 para R$ 11,6 em 2009. Somando todas as vezes que foi à farmácia, o gasto desses produtos cresceu de R$ 49,4 em 2008 para R$ 58,1 em 2009. As pesquisas mostram que em categorias como protetor solar, creme para o rosto, tintura para cabelo e desodorante as farmácias vendem bem mais que outros canais, como supermercados.