Gazeta de Novo
“Nós como legisladores temos a obrigação de acompanhar a evolução e defender o interesse da população. Ninguém aqui quer a venda de agrotóxicos ou qualquer produto nocivo à saúde nas farmácias, mas é preciso considerar os investimentos realizados e nós não podemos estimular o desemprego. Recebi um abaixo assinado com milhares de assinaturas coletadas em Ponta Grossa, mostrando que a população aprova a venda de produtos de conveniência”, disse o senador.
Dirceu Raposo disse que, apesar de o assunto estar sendo discutido há três anos, é possível caminhar para uma lista de consenso: “Até para preservar meu caráter democrático, levantado pelo senador Alvaro Dias, coloco-me à disposição”.
Os dois lados marcaram posição na audiência
A realização da audiência pública para debater a resolução da Anvisa de restringir a venda de produtos em farmácias e drogarias foi defendida pelo senador, depois de ser procurado por representantes de farmácias de todo o país. Durante a discussão, que durou mais de três horas, houve manifestações contra e a favor das novas regras. O representante da Confederação Nacional do Comércio, Cácito Esteves, questionou a legitimidade da Anvisa e disse que pode contestar a resolução no STF. O Idec, que não compareceu, enviou comunicado dizendo que as farmácias não podem se transformar em supermercados.
O presidente da ABCFarma, Pedro Izidoli, defendeu na audiência que as farmácias brasileiras sigam a tendência de modernização de vários países do mundo. Já para o representante do Conselho Federal de Farmácia, Arnaldo Zubioli, a farmácia de hoje tem servido “a interesses mercantis” em detrimento da preocupação com a função de atender a problemas de saúde.
O presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, deu exemplos de farmácias que vendem produtos de conveniência em todo o mundo e mostrou pesquisas, feitas pelo Ibope e Vox Populi, apontando que 75% das pessoas aprovam a venda de produtos como filmes, cartões de celular e leite em pó nas farmácias.