A Ascoferj recebeu com preocupação a notícia de que o Governo Federal poderia pôr fim ao programa Aqui Tem Farmácia Popular para compor o Renda Brasil, uma versão melhorada do Bolsa Família.
O presidente Jair Bolsonaro declarou ontem (26/8) que a proposta do ministro Paulo Guedes precisa de ajustes, mas em nenhum momento disse claramente que manterá ativo o Aqui Tem Farmácia Popular. Então, ainda temos motivos para nos preocupar.
Atualmente, o programa conta com 31.005 farmácias credenciadas em 4.394 municípios brasileiros. Em 2020, foi registrado o atendimento a cerca de 17,6 milhões de pacientes. Interrompê-lo é temerário e um dano à saúde pública, pois colocaria em risco o tratamento de milhões de brasileiros portadores de doenças crônicas.
Para nós, que representamos mais de 1,4 mil farmácias e drogarias no Estado do Rio de Janeiro, o programa deveria ser aprimorado, passando a atender apenas pessoas de baixa renda, que realmente têm dificuldades de acesso devido à falta de recursos financeiros. Há pessoas com doenças crônicas que possuem condições de comprar o medicamento e que não necessitam da ajuda do governo.
E por que não pensar em uma parceria mais completa com os estabelecimentos credenciados, ampliando os serviços farmacêuticos? A farmácia poderia auxiliar o sistema público de saúde por meio do monitoramento de patologias que exigem acompanhamento permanente, como o controle da glicemia e pressão arterial. Essa parceria seria uma alternativa para desafogar o sistema público.
Exposto isso, fica aqui o nosso apelo para que o Ministério da Saúde e o presidente da República encontrem alternativas ao fim do Aqui Tem Farmácia Popular para viabilizar o Renda Brasil, que também é de extrema necessidade à parcela mais carente da população brasileira.
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