Tribuna da Bahia
Com variação de preços que ultrapassa os 100%, de uma farmácia para outra, tem sido cada vez mais complicado para os baianos escolher onde comprar medicamentos. Das vitaminas aos remédios de uso contínuo, como os usados para controle de pressão alta, todas as medicações têm variações enormes no que diz respeito ao valor pago pelo consumidor. Esse “descontrole” nos preços é constatado pelos próprios cidadãos da capital baiana, que reclamam do abuso de algumas redes farmacêuticas.
Uma caixa com 28 comprimidos do medicamento Micardis (40mg) pode, por exemplo, sair por R$68,11 ou R$87,32 – dependendo do local escolhido para a compra. Neste caso, quem precisa da medicação – para controle de pressão alta – e tem paciência para pesquisar pode economizar quase R$20.
A localização da farmácia, no entanto, pode ser desconsiderada em alguns casos. O vidro com 100 drágeas do complexo vitamínico Centrum simples, por exemplo, apresentou alta variação de preço entre estabelecimentos vizinhos. O medicamento foi encontrado por R$40,12 em uma farmácia no bairro de Brotas e também por R$99,18 – em outra drogaria localizada no mesmo bairro. O consumidor mais esperto, nesse caso, pode ter uma economia superior a R$50.
A grande variação de preços faz com que a funcionária pública Maria José Santana, 43, não dispense a pesquisa na hora da compra. “O negócio é pesquisar mesmo. Sempre pesquiso porque existem remédios que certa farmácia vende com preços menores e outros que já são mais baratos em outra farmácia. É difícil achar uma rede que venda tudo mais barato”, considerou. Uma caixa com 30 drágeas do antibiótico Amoxicilina foi encontrada por preços que variaram entre R$10,47 e R$33,94.
Nem os medicamentos genéricos escapam da grande variação de preço. O Captopril, usado para controle da pressão alta – por exemplo,
pode custar entre R$5 e R$20. Os responsáveis pelas farmácias visitadas não quiseram conceder entrevista para esclarecimentos quanto ao critério utilizado para a definição dos preços dos remédios.
Para economizar, a recomendação do Procon (órgão de defesa do consumidor) é a de que o cidadão esteja atento realizando, além da pesquisa de preços, consulta a lista de Preço Máximo ao Consumidor (PMC), disponibilizada no site da Agência Nacional de Vigilância sanitária (Anvisa).
De acordo com a resolução nº 2, de março deste ano, da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), as drogarias e farmácias devem etiquetar o remédio com o preço de venda, não podendo ultrapassar o PMC.