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O presidente-executivo da Eli Lilly, John Lechleiter, tem criticado a atual rodada de "megafusões" no setor farmacêutico e descarta a participação de sua companhia, apesar das pressões por uma maior consolidação no setor. Lechleiter descartou explicitamente uma combinação com a Bristol-Myers Squibb, companhia com a qual a Eli Lilly tem ligações, e disse que em vez disso vai se concentrar em reforçar o desenvolvimento interno de medicamentos experimentais de sua companhia, juntamente com negócios de menor escala e mais seletivos.
"Acho que estamos vendo negócios que estão sendo motivados mais pela fraqueza, do que pelo que eu descreveria como fortes combinações estratégicas… Isso vai melhorar os problemas no curto prazo, mas não será uma resposta ao problema de longo prazo da produtividade de pesquisas."
Analistas do setor afirmam que a Eli Lilly é candidata a participar da intensificação da atual rodada de reestruturação, depois das compras da Wyeth pela Pfizer, Schering-Plough pela Merck e Genentech pela Roche, concluídos nas últimas semanas.
A consolidação foi desencadeada pelo vencimento de patentes e pressões sobre os preços, problemas com inovação no desenvolvimento de uma nova geração de medicamentos, e a ameaça de mais reestruturação provocada pela reforma do sistema de saúde nos Estados Unidos.
Mas o presidente do laboratório acredita que a Eli Lilly já possui a massa crítica necessária. "A maioria das coisas que tenho lido sobre grandes fusões é que elas são muito traumáticas para a pesquisa e desenvolvimento."
Em uma postagem recente no blog interno da Eli Lilly, vista pelo "Financial Times", Lechleiter escreveu aos funcionários: "O maior problema que eu tenho com essas grandes combinações é que elas não respondem ou mesmo voltam-se para a questão (da pesquisa e desenvolvimento)".
A Eli Lilly está mais protegida contra uma oferta hostil que a maioria de suas concorrentes, pois tem uma fatia significativa de seu capital nas mãos de descendentes a família fundadora e de instituições baseadas em sua sede em Indianapolis, além de uma série de estatutos que restringem uma oferta não autorizada.
Lechleiter, que assumiu o cargo de presidente-executivo um ano atrás, depois de uma longa carreira na companhia, está concentrado na aceleração da tomada de decisões na Eli Lilly. Ele cita como exemplo o rápido acordo para o lançamento de uma contraproposta bem sucedida pela ImClone no ano passado, em resposta a uma oferta apresentada pela Bristol-Myers Squibb.
O executivo deixou claro seu desejo de ampliar "o espaço onde os medicamentos, os equipamentos e os diagnósticos se cruzam", enquanto ele reforça o foco da Eli Lilly nos medicamentos que oferecem maior eficácia para os pacientes e um forte valor ao dinheiro dos sistemas de cuidados com a saúde.