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As quadrilhas sofisticaram suas operações e começaram a colocar no mercado remédio falsificado que simula os efeitos colaterais. “Isso foi detectado de março para cá”, diz o secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto. O objetivo é enganar o consumidor. Ao tomar medicamentos falsos para emagrecer, por exemplo, a pessoa pode ter a sensação de estar com a boca seca. Além disso, há os que provocam sono e dor de cabeça. “O que faz sentir esse efeito a gente não tem nem ideia. Pode ser veneno, uma droga.”
A médica Cecília Damaceno, professora do pronto-socorro Clínico do Hospital das Clínicas (HC), afirma que o consumo de remédios falsos pode trazer graves consequências para os pacientes. “O primeiro problema é a pessoa não estar tratando ou estar subtratando uma doença que requer medicação, como a hipertensão.”
O segundo ponto ressaltado por ela é a possibilidade de intoxicação. “Pois o paciente pode estar tomando dose a mais, consumindo medicação contaminada.” Ao contrário de curar, uma pílula falsa pode agravar o estágio da doença e provocar infecções e reações alérgicas. Os remédios piratas são produzidos sem estudos prévios e em locais inapropriados, como fazendas.