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Rio de Janeiro: por que a indústria farmacêutica não o quer?

O presidente do Sinfar-RJ, Carlos Gross, fala sobre a atual situação do RJ.
Carlos Gross fala sobre a saída da indústria do Rio de Janeiro
Foto: Humberto Teski

O convidado do programa É De Farmácia do dia 1º de outubro foi o presidente do Sindicado da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado do Rio de Janeiro (Sinfar-RJ), Carlo Gross. Ele falou sobre a falta de interesse das empresas em manter fábricas no estado.

Situação atual da indústria no RJ

O parque industrial do estado tem faturamento de quase R$ 8 bilhões e uma participação de 11% no mercado farmacêutico brasileiro. “Quando eu assumi a presidência do Sinfar-RJ, tínhamos 115 empresas associadas. Hoje são apenas 49. Elas fecharam, foram compradas umas pelas outras ou mudaram para São Paulo ou Goiás, estados com incentivos fiscais importantes”, afirma Gross.

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Estado de Goiás tem crescimento contínuo

Um dos pontos levantados pelo presidente do Sinfar RJ é que o estado de Goiás, apesar de não estar perto do mar e não ter um mercado consumidor relevante, apresenta incentivos fiscais bastante atrativos para as empresas. “São vantagens tributárias importantes para as indústrias, distribuidoras e redes de farmácias, ao contrário do Rio de Janeiro, que representa o estado mais caro para a produção farmacêutica com o seu ICMS a 20%”, afirma.

Veja também: Pagamento do ICMS desonerado no RJ: conheça as novas regras

Setor farmacêutico é o que mais investe em tecnologia

Gross diz que o setor farmacêutico é o que mais investe em tecnologia. “Das 15 principais empresas do mundo em desenvolvimento e pesquisa, as cinco primeiras são farmacêuticas. É um setor decisivo na área, o que possibilitou uma mudança grande no quadro de investimento nos últimos 20 anos”.

Impacto do fechamento de fábricas no RJ

Em março deste ano, a Roche anunciou que fechará as portas da fábrica no Rio de Janeiro e mais de 400 funcionários perderão o emprego. “Há um tempo atrás, a Roche já havia fechado fábricas em Buenos Aires, Colômbia e México. Eles não estão mais interessados no varejo e sim na pesquisa de ponta”, explica o diretor. Nesse caso, o Rio de Janeiro não tem a ver com a decisão, mas isso não deixa de influenciar negativamente a economia do estado.

Incentivos fiscais poderão acabar

Por conta das vantagens tributárias oferecidas em estados como Pernambuco, Goiás e Minas Gerais, as empresas estão saindo do Rio de Janeiro e de São Paulo. Entretanto, o presidente do Sinfar-RJ acredita que com a Reforma Tributária vai mexer nessas diferenciações de um estado para outro. “Certamente esses incentivos comparativos vão ser eliminados para que o Rio e São Paulo voltem a ser mais competitivos.”

O que o RJ pode fazer para reverter a situação?

Gross fala sobre a importância de o estado do Rio de Janeiro reequilibrar as contas para que o interesse das fábricas retorne. “Se o estado não consegue manter o ambulatório de um hospital público, como vai reduzir a receita e estimular a indústria farmacêutica? Temos questões como segurança, saúde, educação, manutenção da cidade. É muito difícil”.

As companhias se preocupam com a segurança do terreno industrial que compram, com o transporte até o local, a logística. Mas, ainda assim, as que já estão instaladas, preferiram reforçar a proteção e continuar no estado. “É muito caro trocar a fábrica de local”, finaliza o presidente.

Assista ao programa:

Fonte: Revista da Farmácia

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