Correio Braziliense
Em tempos de gripe suína, basta um espirro para atrair olhares desconfiados. A irritação da mucosa nasal, porém, pode ter várias outras origens, assim como tosse, febre e dores pelo corpo. De alergias respiratórias a pneumonia, é vasta a lista de doenças que, no frio e na seca, costumam atacar a população. O importante, segundo especialistas, é não entrar em pânico — mesmo se confirmada o ataque pela mutação do vírus A — e consultar um médico que vai indicar a melhor terapia para cada problema.
Como os sintomas são parecidos, costuma-se confundir os males do aparelho respiratório. A intensidade dos incômodos é uma forma de diferenciá-los. O resfriado, por exemplo, em princípio pode se assemelhar à gripe sazonal, provocada pelo vírus influenza. Porém, dificilmente apresenta febre. “O resfriado não leva aos sintomas sistêmicos, como dor no corpo, falta de apetite e fraqueza. Quando aparece febre, é baixa, de no máximo 37,5º”, explica o pneumologista do Hospital Universitário Ricardo Martins, professor da Universidade de Brasília e membro da comissão de infecções respiratórias da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
Diferentemente da gripe, o resfriado pode ocorrer várias vezes durante o ano. Causado por vírus menos agressivos, geralmente se manifesta por congestão nasal e coriza. Como são sintomas mais leves, não há necessidade de se afastar das atividades cotidianas nem de tomar remédios, pois, assim como chega, ele vai embora. Em média, a recuperação acontece de três a cinco dias. Para amenizar os desconfortos, porém, os médicos recomendam a ingestão de líquidos e a higiene nasal.
Mortes
Já a gripe sazonal é mais severa. “Se não for acompanhada, ela pode até mesmo matar, porque o quadro pode evoluir para pneumonia viral”, conta o pneumologista Ricardo Martins. De acordo com o Ministério da Saúde, a mortalidade pela infecção do vírus influenza é de 0,45%, índice igual ao da gripe suína. Somente no ano passado, 70.142 brasileiros morreram devido a complicações da doença. Os sintomas são parecidos com os do resfriado, só que mais agressivos.
“A gripe deixa a pessoa comprometida no dia a dia, a pessoa fica acamada, tem febre e precisa ficar em repouso”, diz Martins. Para evitá-la, a alergista Marta Guidacci, da Amil, recomenda a vacinação seis meses antes do inverno. “O índice de proteção é alto, varia de 70% a 90%. Apesar de a rede pública oferecer a vacina somente para idosos, todos podem tomá-la”, diz. Só não podem ser imunizadas pessoas com alergia aos componentes proteína do ovo, neomicina e timerosal. Doenças neurológicas também são um fator impeditivo.
Provocada pela mutação do influenza, a gripe suína tem sintomas semelhantes à sazonal, mas, pelo que os cientistas já sabem, é mais agressiva. Para evitar complicações, é preciso tratá-la de imediato e o paciente deve ser acompanhado pelo médico durante toda a enfermidade. A principal diferença entre as duas gripes é o teor da febre. Quem pegou o tipo A fica com a temperatura acima de 38,5º e, além disso, de acordo com o Ministério da Saúde, pode ser acometido por sintomas atípicos, como dor no est&oci