Gazeta Mercantil
A Solvay, fabricante do comprimido para o colesterol, TriCor, anunciou que analisa opções para sua unidade de medicamentos, registrando a maior alta nas ações em seis anos.
O Citigroup e o NM Rothschild & Sons prestam consultoria para a Solvay sobre uma possível venda da divisão, informaram ontem duas fontes ligadas às negociações. A Solvay negocia com possíveis compradores nas últimas semanas, disseram as mesmas fontes, que pediram anonimato porque as discussões são particulares. A unidade, avaliada em cerca de 4 bilhões (US$ 5,3 bilhões), poderá atrair ofertas da Sanofi-Aventis e do Abbott Laboratories, revelou uma das fontes.
A Solvay, que lançou um dos primeiros antidepressivos modernos em 1983, analisa "várias opções para suas atividades farmacêuticas", informou em um comunicado ontem. Os ganhos na unidade, que também fabrica a enzima pancreática Creon, aumentaram 11% para 509 milhões no ano passado. A divisão captou cerca de 2,7 bilhões em vendas em 2008, ou aproximadamente 28% do total da receita da Solvay.
"Para a Sanofi, representaria comprar um negócio farmacêutico com razoáveis perspectivas de crescimento no curto prazo", disse Philippe Lanone, analista da Natixis Securities, em Paris, que recomenda "comprar" as ações da Sanofi. "Não seria uma transação cara. Entretanto, não se trata do ativo mais atraente que a Sanofi poderia adquirir."
A Solvay também fabrica produtos plásticos e químicos, e se classifica como a maior produtora mundial de soda calcinada, utilizada para a manufatura de vidro e para modificar a acidez dos xampus. A companhia obtém cerca de um quarto de sua receita anual dos setores automotivo e de construção, uns dos mais atingidos pela recessão.