A abertura da 5ª edição do Future Trends, evento da Abrafarma, destacou os principais desafios e tendências do setor, entre eles, a tecnologia e a inovação para impactar positivamente a saúde dos brasileiros.
Questões como desoneração do setor, ICMS zero sobre medicamentos, expansão das redes, testes laboratoriais remotos e baixa adesão ao tratamento pelo paciente foram citadas por Eugênio De Zagottis, presidente do Conselho Diretivo da Abrafarma, durante a abertura do evento.
Ao longo do dia, diversas palestras – nacionais e internacionais – ocuparam a manhã e a tarde dos congressistas. Segundo Sérgio Mena Barreto, CEO da Abrafarma, o Future Trends, atualmente, é o maior evento do setor farmacêutico da América Latina, com mais de três mil participantes.
Abrafarma em números
A Abrafarma reúne 24 grandes redes de todo o Brasil. Nos últimos 12 meses, elas faturaram R$ 45,47 bilhões, um crescimento de 9,38%. Foram R$ 2,35 bilhões de unidades comercializadas e 886 milhões de atendimentos.
Em número de lojas, as redes da Abrafarma possuem, ao todo, 7.300 lojas, que representam 45% do mercado varejista. Em vendas anuais, são R$ 6 milhões por ponto de venda, contra os R$ 600 mil de uma farmácia independente, em média.
Esses números e outros números foram divulgados por Mena Barreto numa coletiva para a imprensa na manhã desta terça-feira (04/09), acompanhada pela Revista da Farmácia e outros veículos de comunicação.
Tendências para os próximos anos
O CEO da Abrafarma falou sobre três grandes revoluções no varejo farmacêutico global. A primeira delas é a revolução da conectividade. São 240 milhões de celulares no Brasil, sendo 138 milhões smartphones. “O Brasil é o segundo país mais conectado no mundo, perdendo apenas para a Argentina”, disse Mena Barreto, fazendo referência ao fato de que essa conectividade está mudando a forma como a farmácia se relaciona com seus clientes.
A segunda revolução é a internet das coisas. Grandes investimentos tecnológicos têm sido feitos na área da saúde. Um exemplo é o Apple Watch, um relógio que, entre outras funcionalidades ligadas à saúde, é capaz de medir a glicose do paciente sem furar a ponta do dedo. Outra novidade é a pulseira que prevê minutos antes que a pessoa terá uma crise epiléptica.
Por último, citou a revolução do cliente empoderado, que pesquisa, lê, conversa em redes sociais antes de tomar sua decisão. “Já são mais de 165 mil aplicativos de saúde, milhares de dispositivos eletrônicos e milhões de páginas de conteúdo na internet”, destacou o executivo da Abrafarma.
Mena Barreto aponto ainda outros exemplos das tendências que se aproximam. Nos Estados Unidos, a telemedicina já é uma realidade. Por aqui, a Rede Vale Verde é uma farmácia sem balcão e a Panvel, que já chegou a São Paulo, inaugurou uma loja virtual numa estação de trem em Curitiba.
Os serviços farmacêuticos continuam em alta e se apresentando com uma tendência nos próximos anos, mas foi a tecnologia a grande estrela do dia. É ela quem vai possibilitar serviços em qualquer lugar e a qualquer hora. Telefarmácia, multicanais de venda, uso de drones para entrega de produtos, pagamentos móveis, mensagens inteligentes e individualizadas e e-commerce são alguns dos assuntos que dominaram as palestras do dia.
“A tecnologia gera oportunidade para desenvolver uma nova relação com o cliente”, disse Mark Cullen, CEO da Mscripts, líder em prover soluções mobile para farmácias nos Estados Unidos.
O dia foi encerrado com a experiência bem-sucedida da Magazine Luiza, com o LuizaLabs, o laboratório de tecnologia e inovação da empresa. A diretora de Produtos Digitais, Leila Nakashima, compartilhou a experiência da marca com a venda por multicanais.
Fonte: Revista da Farmácia