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A terapia comportamental é uma boa pedida para tratar a depressão de crianças e adolescentes, bem como o tratamento à base de remédios. A associação das duas técnicas, contudo, traz resultados mais rápidos e com menos chances de recaídas.
Assim concluiu um estudo recente realizado a partir de um levantamento financiado pelo Instituto de Saúde Mental dos Estados Unidos, com 439 crianças e adolescentes entre 12 e 17 anos.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a taxa de depressão infantojuvenil vem crescendo em todo o mundo. Na faixa etária entre seis e 16 anos, por exemplo, ela passou de 4,5% para 8% na última década. A violência urbana, o excesso de atividades na agenda diária e a falta de espaço para o lazer são apontados como os principais fatores.
O trabalho envolveu 13 instituições norte-americanas e testou os três seguintes tipos de tratamento: terapia cognitivo-comportamental, antidepressivo (fluoxetina) e a associação de ambos. Ao final das 36 semanas, a taxa de eficácia dos três foi parecida, chegando a aproximadamente 60%.
No entanto, até a 18ª semana, a combinação de terapia comportamental e de remédio foi melhor do que a chamada monoterapia. As taxas de remissão (ausência de sintomas da depressão) foram de 56% (tratamento combinado) contra 37% (remédio) e 27% (terapia).
O psiquiatra infantil Fábio Barbirato, em entrevista à Folha de São Paulo, explicou que a mensagem do estudo é que os médicos não devem desistir de tratar crianças e adolescentes deprimidos. “Muitos acabam sendo expostos a um tratamento ineficaz e que traz riscos à saúde por conta de diagnósticos errados, baseados em mitos.” Ressalta ainda que a terapia associada à medicação diminui as chances de recaída.
Barbirato acredita que a polêmica que ainda existe em torno do uso de antidepressivo em crianças “é coisa de profissional que não está bem atualizado e que vai contra tudo o que existe de mais atual.”