Valor Econômico
A União Química, fabricante brasileira de medicamentos, acertou um acordo de licenciamento com a farmacêutica suíça "Novartis para comercialização de dois medicamentos oftalmológicos. O laboratório irá promover a venda com exclusividade no país do Genteal, um adjuvante no tratamento de glaucoma, e do Vitalux, uma vitamina contra degeneração macular, ambos da Novarfe.
O contrato, válido por cinco anos, deve proporcionar uma receita adicional de R$ 35 milhões por período de 12 meses. O acordo é o primeiro do gênero fechado pela União Química com uma farmacêutica do porte da Novartis, indicando o desejo do grupo com vocação industrial de fechar outros acordos comerciais.
A empresa acabou de concluir um investimento de R$ 116 milhões em sua terceira fábrica, que fica no distrito industrial de Brasffia e deve ser inaugurada até o Meio de 2009. Com capacidade de produção de 20 milhões de unidades/mês, uma das maiores do país, a União Química prevê fortalecer o laço comercial com grandes laboratórios.
"O que a gente quer é desenvolver o maior número de parcerias com empresas de alta tecnologia", disse Fernando de Castro Marques, presidente e principal acionista da União Química, criada por seu pai em 1936 com o nome de laboratório Prata. Castro Marques, que também é dono de 27% do capital da Biolab Sanus, voltou à gestão da União Química depois de dedicar-se a atividades partidárias.
Os dois medicamentos da Novartis farão parte da divisão Genom voltada à área oftalmológica. A intenção da União Química é promovê-los com 10 mil médicos oftalmologistas utilizando 72 propagandistas da divisão. "A parceria tem grande valor porque conseguiremos levar os produtos para uma rede de mais de 32 mil farmácias em todo o Brasil", disse o diretor comercial da União Química, Eduardo Rocha. "Temos um grande ativo que é tirar o pedido com nossa equipe e utilizar a estrutura logística de entrega dos distribuidores." Hoje, os dois produtos alcançam cerca de 1,4 mil pontos de vendas no país. A Novartis transformou-se em líder no segmento ao comprar, em abril, uma fatia acionária da Alcon, da Nestlé, além da opção de adquirir o controle da empresa até 2011.
A União Química ingressou na área oftalmológica em 2003 ao comprar o laboratório Genom. É o maior laboratório farmacêutico nacional neste segmento. Segundo a empresa, a estratégia da aquisição foi entrar em um segmento menos vulnerável à erosão de rentabilidade na medida em que a concorrência com medicamentos genéricos e similares era menor.
Um dos carros chefes foi o lançamento do Lacrifilm, indicado como lubrificante para os olhos. Lançado em 2006, o colírio respondia por 2,72% do número total de receitas prescritas de lágrimas artificiais, percentual que aumentou para 8,53% em 2007 e depois para 12,8% em 2008, segundo dados acumulados até setembro deste ano tabulados pela auditoria Close-Up. Décimo segundo maior laboratório em volume de vendas, segundo o IMS Health, a União Química, que inclui atuações nas áreas de medicamentos de prescrição e isentos (OTC), genéricos, hospitalar e saúde animal, prevê faturar R$ 370 milhões neste ano. No orçamento para 2009