No próximo dia 26, comemora-se o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. A farmacêutica e colunista da Revista da Farmácia, Ana Lucia Caldas, fala, neste artigo, sobre como oferecer o serviço de aferição na farmácia. Leia agora!
“Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), também conhecida como pressão alta, é uma doença crônica que acomete homens e mulheres, com maior incidência na raça negra. Muito comum na população brasileira, a HAS afeta 25% dos adultos, isto é, um em cada quatro brasileiros adultos é hipertenso e, à medida que envelhecem, chegam a atingir 50% entre os mais de 60 anos.
A HAS é responsável por cerca de 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. Felizmente, os agravos provocados pela hipertensão podem ser evitados, contanto que a população conheça seu estado de saúde e mantenha a adesão ao tratamento com os níveis adequados da pressão arterial.
É importante o farmacêutico avaliar alguns fatores que contribuem para o aumento da pressão arterial, como o uso de certos medicamentos (AINES, glicocorticoides, imunossupressores, anorexígenos, contraceptivos orais e outros), que, mesmo por curto período, podem elevar a pressão arterial.
O consumo diário de sódio também deve ser considerado. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), deve-se consumir, no máximo, 2.000mg (2g) de sódio por dia, o equivalente a 5g de cloreto de sódio (sal de cozinha).
O farmacêutico também pode aconselhar sobre a manutenção do peso adequado, pois é uma medida de prevenção para evitar as alterações da pressão arterial. Contudo, no caso de sobrepeso ou obesidade, a dieta alimentar deve ser estimulada para contribuir na redução da pressão arterial, pois há o declínio de 0,5 a 2 mmhg da pressão para cada 1 kg de peso reduzido.
Bebidas alcóolicas também devem ser observadas. A redução da ingestão de álcool diminui significativamente a pressão arterial e o risco de doenças cardiovasculares. O farmacêutico deve incentivar a atividade física e sugerir avaliação médica e acompanhamento do profissional de educação física, a fim de garantir exercícios eficazes de acordo com a idade e as condições de saúde de cada um.
Nas farmácias, o farmacêutico contribui para a adesão ao tratamento ao avaliar se o paciente utiliza todos os medicamentos de que necessita, se cumpre o regime posológico, se apresenta o resultado esperado com o medicamento e outras questões que contribuem para o sucesso do tratamento. Ele deve monitorar os valores por meio da aferição da pressão conforme protocolo previamente elaborado e, caso ela esteja elevada, verificar por mais três dias na farmácia. Confirmando-se os valores alterados, seguir com encaminhamento médico.
Serviços farmacêuticos realizados nas farmácias comunitárias podem ser um grande investimento para a empresa e para a saúde da população.”
Ana Lucia Caldas é farmacêutica, gerontóloga e especialista em Atenção Farmacêutica.
Fale com a Ana Lucia: analulcaldas@gmail.com