As vendas de medicamentos no Brasil ao longo de 2016 devem manter a força exibida no ano passado e seguir em trajetória de expansão, a despeito da expectativa de aprofundamento da crise econômica no País. O ritmo, porém, deve cair ao longo dos meses e, pela primeira vez em 20 anos, a taxa de crescimento poderá ficar abaixo da inflação.
Para o IMS Health, a expectativa é de alta de 8% nas vendas em reais no varejo farmacêutico, ao mesmo tempo em que o Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 3% com base nas estimativas iniciais de mercado.
Em 2015, em valor, as vendas subiram 14%, para R$ 75,4 bilhões. Com os descontos concedidos nas farmácias, a alta foi de 7,4%, para R$ 45 bilhões. Em unidades, a expansão também foi de 7,4%.
Para entidades que representam os laboratórios no País, porém, a projeção inicial de desempenho é otimista demais. “Acho muito difícil que se chegue a 8%. Se a indústria alcançar, vai ser motivo de muita comemoração”, afirmou o presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini.
O desempenho de janeiro já deu mostras de que o crescimento da demanda perdeu fôlego. Com base no IMS, o sindicato calcula que as vendas das farmacêuticas no varejo, considerando-se os descontos concedidos, somaram R$ 3,52 bilhões, alta de 5,8% na comparação anual. Em unidades, o crescimento foi de 3%, para 269,3 milhões.
O câmbio em torno de R$ 4, que aumenta o gasto com princípios ativos importados, e a maior concorrência entre os laboratórios já começaram a deixar marcas nas margens da indústria e pode haver reflexo nos descontos mais à frente. Em janeiro, houve alguma redução nos descontos concedidos frente a dezembro – enquanto no mercado total os descontos alcançaram 41,9%, em genéricos ficaram em 71,6%.
Fonte: Valor Econômico