A pandemia da Covid-19 trouxe à tona a fragilidade da saúde pública brasileira ao expor a dependência do País pela importação de insumos farmacêuticos (IFAs) na produção de medicamentos e vacinas. Atualmente, apenas 5% dos insumos são fabricados no Brasil, enquanto os outros 95% são importados, em sua maioria, da China e da Índia. Em um cenário de urgência global, há riscos de colapso na saúde.
Por esse motivo, a Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (ABIQUIFI) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) firmaram um acordo de aliança estratégica de fomento à produção, inovação e independência tecnológica. O projeto visa estimular a fabricação de insumos no País, tonando o setor mais independente de escassez externa.
Norberto Dias, presidente executivo da ABIQUIFI, comenta: “Nenhum país é 100% independente em IFA, mas é possível definir quais insumos poderão ser integralmente ou em parte produzidos aqui, levando em consideração os aspectos da saúde pública e de capacidade tecnológica”.
De acordo com o executivo, a fragilidade vivida com a Covid-19 cria oportunidade para o Brasil retomar sua capacidade de fabricação de IFAs: “Esse é o momento para o Brasil se posicionar e decidir se continuará dependente ou se buscará oportunidades de desenvolver tecnologias, ampliar o parque fabril e reduzir a vulnerabilidade no fornecimento de insumos farmacêuticos”.
Entretanto, ainda que a aliança traga expectativas bastante positivas, seus resultados podem levar em torno de cinco anos para acontecer. “Nossa expectativa é de que com ações estratégicas para o setor, em cinco anos possamos ampliar a produção de insumos, gerar mais empregos e aumentar o fluxo de investimentos”, finaliza Dias.
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Fonte: Revista da Farmácia