Nesta terça-feira (30/6), aconteceu o 3º Webinar de Cooperação Internacional contra a Covid-19 promovido pelo Consulado Geral da China, no Rio de Janeiro, com o objetivo de possibilitar um intercâmbio de experiências no tratamento da doença, abordar a pesquisa médica tradicional e aprofundar o tema de cooperação econômica entre Brasil e China. Luis Marins, presidente da Ascoferj, participou representando o varejo farmacêutico do País.
Além dele, representantes de diversas indústrias e hospitais da China também falaram, assim como Martha Rocha, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj); Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz; Ricardo Luiz Louro Berbara, reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ); e Fang Fang, diretora da Base de Cooperação Internacional China-Brasil de Produtos da Medicina Chinesa.
Parceria Brasil e China
O país oriental também tem no Brasil seu maior parceiro na América Latina. Por isso, considera importante promover a aproximação entre as duas nações, para tentar atuar mais profundamente e em conjunto no combate à Covid-19 e em outras situações de crise.
Por esse motivo, a farmacêutica chinesa Tong Ren Tang enviará alguns lotes de medicamentos para auxiliar no tratamento dos pacientes brasileiros que estão sofrendo com o coronavírus. A vice-presidente da companhia, Ding Yongling, disse que a doação é uma forma de auxiliar neste momento delicado: “Nos consideramos todos irmãos e é dessa forma que podemos vencer a pandemia”.
Demanda do mercado farmacêutico
O presidente da Ascoferj comentou que as demandas trazidas pela pandemia existiam há anos no mercado farmacêutico, mas que foram potencializadas pela pandemia da Covid-19: “Por mais que tenhamos a Anvisa, um sistema nacional que regulamenta o setor, existem 5.570 municípios no Brasil com regras regionais”.
Segundo Marins, a pandemia modificou essa situação e trouxe uma forte regulamentação nacional na questão das receitas digitais, do reconhecimento dos serviços farmacêuticos, como a vacinação e a testagem rápida de Covid-19, do estímulo ao e-commerce e ao delivery e relacionada à implementação da logística reversa de medicamentos.
Também comentou sobre a complexidade tributária brasileira: “Como cada estado possui autonomia tributária, configurando uma insegurança jurídica muito grande nas transações comerciais entre as empresas. Além disso, 1/3 do valor dos medicamentos no Brasil é referente a imposto”.
No fim, Marins comentou sobre a dependência do País em relação aos insumos farmacêuticos: “Nós importamos mais de 80% da matéria-prima para produção de medicamentos de países como China e Índia. Com a alta do dólar, os custos com importação subiram muito. É algo que devemos ter em mente para evitar o desabastecimento do mercado”.
Assista ao webinar na íntegra.
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