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China será líder do setor farmacêutico até 2020

Abafarma

A China deve subir de terceiro para a segunda posição no ranking dos maiores mercados farmacêuticos do mundo em 2015, ultrapassando o Japão, e se tornar líder mundial no setor em 2020, revela um relatório da consultoria norte-americana de gestão estratégica Monitor Group.
O documento "China, The Life Sciences Leader of 2020" (China, o líder em ciências da vida de 2020) diz que a conjunção de uma série de fatores fará com que o gigante asiático conquiste um espaço inédito na área de ciências da vida ao desenvolver um novo modelo de inovação que substituirá o sistema predominante entre as potências farmacêuticas.
O repatriamento de cientistas chineses do Ocidente e o investimento de US$ 124 bilhões em infraestrutura até 2012, dentro de uma reforma do sistema de saúde, aliados à crise no modelo de descoberta de novas moléculas das grandes empresas farmacêuticas no mundo, são os elementos que permitiram ao Monitor Group traçar uma perspectiva positiva para a China nesse setor.
"O provável desenvolvimento da China como uma significativa nova força na descoberta e desenvolvimento de drogas ocorre em um momento em que duas crises emergentes vão certamente gerar novas e inovativas respostas", aponta o relatório divulgado em 17 de novembro pela consultoria. "A primeira é a crise no setor de ciências da vida. A segunda é a crise que a própria China enfrenta."
 
Crise no modelo da indústria farmacêutica
 O Monitor Group argumenta que atualmente a indústria mundial não está apresentando significativas inovações médicas no ritmo e custo desejados pela sociedade. Segundo a empresa, em geral há um descontentamento do público como o "desempenho e a credibilidade da indústria farmacêutica", enquanto os investidores alegam que o setor não está oferecendo "retornos atrativos", agravados pelos "insustentáveis níveis de risco".
O relatório diz ainda que "nunca o desenvolvimento de drogas foi tão caro e arriscado. E a elevada incidência de recalls e de testes clínicos mal-sucedidos endureceu o sentimento público contra os principais segmentos da indústria e enfraqueceu a confiança dos investidores".
Neste cenário de novas moléculas sendo descobertas a um custo excessivamente elevado, a China se depara com a dificuldade ainda maior de oferecer atendimento médico e remédios para uma população de 1,4 bilhão de pessoas e a preços compatíveis com um país em desenvolvimento. A consultoria norte-americana destaca que, em 2009, os consumidores chineses gastaram US$ 23,8 bilhões em produtos farmacêuticos e que o crescimento anual desse mercado tem sido de mais de 20% no país.
A confluência de fatores demográficos, científicos e políticos, na visão da consultoria, dará à China a oportunidade de criar uma nova indústria de ciências da vida. A estratégia, indica o Monitor Group, consistirá em aproveitar a "crescente capacidade" de pequenas start-ups chinesas com focos específicos para competir com empresas maiores em áreas que vão da descoberta de drogas à produção de vacinas.
Essa reorientação do sistema incluirá um forte investimento público no setor nos próximos anos – inclusive com a criação de diversos parques científicos -, o uso intensivo de tecnologias relacionadas à genética, e o desenvolvimento de um novo regime regulatório com níveis de exigência para testes clínicos diferentes dos ocidentais.
Com custos mais baixos e facilidade para recrutar voluntários para testes pelo grande contingente populacional, a China deverá conquistar, segundo o relatório, uma significativa vantagem competitiva em relação aos países desenvolvidos. "A China será capaz de obter uma vantagem de custo significativa sobre aqueles que operam no Ocidente, onde os regimes regulatórios são mais rigorosos e onde os testes com drogas em animais têm um peso político maior."
 
Maior gasto doméstico com P&D
 Os países emergentes conquistaram mais espaço na última década dentro da produção científica mundial, em grande parte puxados pelo desempenho chinês. O Relatório Unesco sobre Ciência 2010, divulgado no início de novembro, mostra de que maneira os investimentos públicos têm impulsionado a economia e a ciência da China nos últimos anos, mesmo em meio a um cenário de fraqueza da economia mundial após a crise desencadeada nos Estados Unidos há dois anos.
Na última década, a China multiplicou por seis o gasto doméstico bruto em P&D, passando de US$ 10,8 bilhões em 2000 para US$ 66,5 bilhões em 2008, com uma média de crescimento anual do GERD de 22,8%, de acordo com dados do documento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Dos três principais programas nacionais de ciência e tecnologia da China, o maior deles é o Programa Nacional para P&D em Alta Tecnologia, que recebeu do governo um aporte de US$ 805,2 milhões em 2008 – valor que representa dois terços dos gastos chineses com programas de C&T.
A forma como esses recursos são distribuídos mostra o peso que as pesquisas em saúde têm no país. Dentro do Programa Nacional para P&D em Alta Tecnologia, a biotecnologia aparece em quarto lugar entre os que têm mais verbas, com 10% do orçamento, atrás somente de tecnologia da informação (20,5%), materiais (14,3%) e energia (10,2%).
 
Mais investimento estrangeiro
O relatório mostra também que as grandes empresas estrangeiras do setor estão intensificando seus investimentos em P&D na China vislumbrando um futuro promissor, ao mesmo tempo em que buscam parcerias com renomados centros locais de pesquisa acadêmica. Um desses esforços foi anunciado pela suíça Novartis no final de 2009, ressalta a consultoria. O aporte em P&D anunciado pela gigante farmacêutica na China é de US$ 1,25 bilhão no prazo de cinco anos.
O documento feito pelo Monitor Group argumenta ainda que muitas das multinacionais que lideram o setor tendem a relegar a China a um mesmo grupo de mercados emergentes, que inclui Brasil, Índia, Rússia, México, Turquia e Indonésia. Entretanto, afirma a consultoria, os chineses merecem uma atenção especial pelo seu tamanho e pela velocidade com que vêm avançando sobre a concorrência.
A necessidade de disseminar o acesso à saúde no país asiático, que já conta com 180 milhões de pessoas acima dos 60 anos, é outro motivo que impele o governo chinês a buscar inovações. A consultoria afirma que a China provavelmente deve fazer mais do que apenas monitorar e regular os gastos com remédios e terapias; para prevenir doenças, o país deverá buscar inovações radicais na área farmacêutica, e ao mesmo tempo apostar em remédios de custo mais baixo para conter os gastos governamentais de longo prazo com problemas de saúde crônicos ou doenças mais graves.
Da mesma maneira que os chineses mudaram a indústria de semicondutores há duas décadas, com inovação tecnológica e empreendedorismo, aposta a empresa de consultoria, eles deverão transformar a indústria farmacêutica global e o processo de desenvolvimento de novas drogas.
"O desafio será especialmente intenso no campo das ciências da vida, onde os horizontes de investimento podem ser longos e fazer as apostas certas é essencial, principalmente em uma época em que os retornos de investimentos de longo prazo estão sendo corroídos rapidamente à medida que as patentes expiram", aponta o relatório.

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