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Como escolher a sua máquina de cartão

O mercado de máquinas de cartão de crédito não para de se reinventar. A Cielo, uma das grandes, viu suas ações caírem devido ao crescimento da concorrência e da oferta com taxas mais baixas. Para recuperar fôlego, lançou, em junho, a máquina que é uma frente de caixa móvel, que, além de receber pagamento com cartões, controla o estoque, faz o pedido, finaliza a conta direto na máquina, emite nota fiscal e fecha o caixa. Tudo para reconquistar os clientes perdidos.

Máquinas como essa estão sendo chamadas de smart POS, ou seja, um tipo de terminal de pagamento com mais tecnologia que as antecessoras, que têm a função apenas de executar a transação de pagamento. O smart POS recebe o pagamento, mas também roda aplicativos integrados ao sistema de vendas.

Uma farmácia pode ter um smart POS com um aplicativo integrado ao sistema de vendas – o mesmo que roda no caixa –, para que ele possa funcionar como um “papa-filas”. O funcionário lê o código de barra dos produtos, dá entrada no sistema do POS, realiza a venda e já recebe o pagamento em cartão ali, no ato. Esse momento de receber o pagamento pode ser entendido como a aplicação de caixa do POS conversando com a aplicação de vendas, que está aguardando para receber o valor da compra para efetuar a transação”, exemplifica Marcos Mendes Rego, gerente de Projetos e Head de Meios de Pagamentos do Venturus.

A evolução das máquinas de cartão trouxe redução nos custos e aumento nas vendas. “As novas soluções entraram no mercado com um preço melhor. A chinesa Pax é um ótimo exemplo disso e passou a incomodar as grandes marcas. Não que ela tenha a melhor qualidade, mas isso vem causando uma necessidade de queda nos preços dos terminais, para que eles se tornem mais competitivos”, explica o gerente do Venturus. Já o aumento nas vendas pode ser explicado pela maior quantidade de produtos e serviços de valor agregado ao consumidor que os smart POS têm a oferecer aos empresários.

No Brasil, o smart POS já está disponível e pode ser adquirido com as grandes redes credenciadoras, como Cielo, GetNet, Stone, Rede, Adiq e SafraPay. Já o pequeno varejista pode ter acesso a essa tecnologia por meio das principais distribuidoras, entre elas, PayTec, TEFTI e YouPay. “Contudo, já há diversas startups comprando smart POS e desenvolvendo soluções próprias para diversos segmentos, cujos modelos de negócio podem incluir um aluguel de máquina, nem sempre sendo necessária, portanto, a compra definitiva do equipamento pelo varejista. Atualmente, um equipamento com essa inteligência custa entre 300 e 500 dólares, dependendo do modelo, do fabricante e da quantidade adquirida”, acrescenta Rego.

COMO ESCOLHER A MÁQUINA

Basicamente, existem dois tipos de máquinas disponíveis: POS e TEF. A diferença entre elas é a integração do terminal com o sistema de gestão da empresa. A vantagem do POS é a mobilidade (não tem fio) e o menor custo. Já o TEF, embora um pouco mais caro, oferece a vantagem de se integrar diretamente com o sistema e receber todas as bandeiras de cartão de crédito. Essa tecnologia já é muito comum em grandes redes.

O varejista deve sempre ter em mente a relação custo-benefício. “Se a única funcionalidade da qual ele necessita é o recebimento de pagamentos com cartão de crédito, então o modelo de máquina tradicional o atende perfeitamente a um custo compatível. Já o varejista que deseja inovar em seu negócio, criar novas opções de venda e distribuição de seus produtos ou simplesmente aumentar o fluxo de pessoas no estabelecimento pode ser um forte candidato ao smart POS”, explica o executivo do Venturus.

Depois de decidir entre POS e TEF, o mais importante é analisar as taxas oferecidas no mercado. “A negociação da taxa talvez seja o maior diferencial, juntamente com a usabilidade dos portais para que o lojista faça uma boa gestão financeira do negócio”, aponta o diretor da Confere Cartões, Ricardo Cici.

É importante também observar as taxas médias de antecipação, pois dependendo de como são as vendas, a antecipação pode sair mais cara do que o esperado, já que se paga uma taxa extra mensal por isso. Quanto mais longe a parcela, mais cara será a antecipação. “Embora o dinheiro entre na conta dois dias depois da venda, existe um percentual a ser cobrado em cima disso. E nem sempre o lojista está ciente”, alerta Cici.

Antes de comprar, é recomendável procurar os canais oficiais de venda, para que se tenha certeza de que haverá garantia contra defeitos de fabricação e de que o terminal não foi violado por alguém mal-intencionado.

CONCILIAÇÃO DOS PAGAMENTOS

Quase ninguém faz a conciliação, ou seja, a conferência dos valores vendidos e recebidos. “Essa boa prática é importante para minimizar riscos de fraudes e perdas financeiras. Por exemplo, checar diariamente as vendas de todos os terminais para ver se de fato elas estão nos portais das operadoras ajuda a diminuir fraudes, como as trocas de máquinas. Já a checagem dos pagamentos comparando com o extrato bancário permite que o lojista tenha controle se, de fato, todos foram feitos corretamente”, pontua o executivo da Confere Cartões.

A startup viu, no mercado de cartões, uma oportunidade para desenvolver uma tecnologia que integra automaticamente o controle de todas as operadoras de cartão. Se a farmácia tem duas ou três máquinas, ela pode utilizar a plataforma para automatizar esse controle, em vez de entrar em vários portais. “Além disso, o sistema confronta o controle de vendas e o extrato bancário do lojista para dar certeza de que as taxas foram cobradas corretamente e que as vendas entraram no banco”, explica Cici.

NOVAS TECNOLOGIAS

Fato é que essa revolução não para por aqui. Já existem dispositivos capazes de fazer a leitura de um cartão de crédito sem a necessidade de contato direto com a máquina. Isso sem falar no wearable, termo utilizado para “tecnologia vestível”, ou seja, qualquer dispositivo utilizado junto ao corpo – pulseira, camiseta, óculos –, que contenha um chip NFC (Near Field Communication) em substituição aos dados do cartão de crédito.

Um exemplo recente de wearable foi a pulseira distribuída para testes pela bandeira VISA para ser utilizada durante os Jogos Olímpicos de 2016. Atualmente, os principais bancos brasileiros emissores de cartões já oferecem esse dispositivo.

PARCERIA ASCOFERJ E GETNET

A Ascoferj firmou parceria comercial com a Getnet para que as empresas associadas paguem taxas menores pelo uso da máquina de cartão de crédito. Saiba mais.

Fonte: Revista da Farmácia

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