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Cresce consumo de antidepressivos e estabilizadores do humor

Fatores como desemprego, endividamento e perda do plano de saúde contribuem para o avanço do estresse e da depressão.

Revista da Farmácia – ed. 197:

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O varejo farmacêutico brasileiro cresceu 13,1% em 2016, passando de R$ 75,49 bilhões para R$ 85,35 bilhões, segundo levantamento realizado pela Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), com dados da IMS Health. Os mesmos índices foram verificados para medicamentos que requerem prescrição médica – mercado ético – e os demais produtos – medicamentos populares. Os genéricos tiveram crescimento ligeiramente maior, de 14,7% – eles representam 26,6% do mercado. Os dez principais grupos farmacêuticos faturaram juntos R$ 48,59 bilhões em 2016, correspondendo a 56,9% do mercado varejista.

As dez principais classes terapêuticas foram responsáveis pelo faturamento de R$ 27,49 bilhões, correspondendo a 32,2% do mercado varejista. Em primeiro lugar aparece a classe dos “analgésicos não narcóticos e antipiréticos”, com faturamento de R$ 3,82 bilhões (4,5%). No entanto, o que mais tem chamado a atenção é a colocação da classe “antidepressivos e estabilizadores do humor”, que aparece em segundo lugar, com vendas de R$ 3,45 bilhões.

De acordo com dados da IMS Health, desde 2012, essa classe de medicamentos vem em curva crescente. Há cinco anos, o setor vendeu mais de 42 milhões de unidades. Em 2016, em volume passou para 60 milhões. O faturamento saltou de R$ 1,9 bilhão para 3,4 bilhões no mesmo período.

 

Empobrecimento e estresse

Uma avaliação superficial dos dados poderia levar à conclusão de que as pessoas estão mais deprimidas, porém, segundo o psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva, é preciso correlacionar esse cenário de crescimento no consumo de antidepressivos e estabilizadores do humor a outros fatores, como aumento da renda, mais acesso ao tratamento, avanço dos genéricos com a queda de patentes, diminuição do estigma e mais acesso à informação sobre a depressão.

Com exceção do período recente de crise, as pessoas passaram a ter mais dinheiro para cuidar da saúde e isso inclui a compra de medicamentos. Além disso, com mais informação circulando, a população passou a conhecer mais sobre a doença, identificando sintomas e buscando ajuda profissional. Hoje, sabe-se que a depressão é uma das principais causas de afastamento do trabalho. Mas isso não vai mudar por enquanto. A previsão é que, em 2020, ela seja a maior causa no mundo.

De acordo com o presidente da ABP, além do fator genético, as condições do meio ambiente também contribuem para o desenvolvimento de um quadro depressivo, como diagnóstico de câncer, pós-parto, filhos, desemprego, endividamento e outras perdas importantes, como plano de saúde. Em todo o País, houve uma perda de 1,4 milhão de beneficiários de planos de assistência médica, com retração de 2,8%, entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

“Atualmente, a migração de uma classe social para outra tem deixado as pessoas em situações extremas de estresse. Dorme-se menos de tanta preocupação. O empobrecimento é algo terrível, difícil de lidar. Soma-se a isso toda essa situação de corrupção e descrença na política brasileira. As pessoas perderam a fé e não acreditam mais no Estado, que deveria zelar por elas. Não há um líder que congregue. Essas questões têm impactos profundos na mente do indivíduo”, pontua Antônio Geraldo, da ABP.

 

Atualização da Portaria 344

E por falar em medicamentos controlados, a Resolução 130, publicada em 2 de dezembro de 2016, passou a permitir a prescrição de medicamentos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) à base de derivados de Cannabis sativa, exclusivamente por médicos, destinados, portanto, ao uso humano.

Além disso, altera a Portaria 344, pois inclui o canabidiol na lista das substâncias reguladas pela Portaria. O canabidiol é encontrado na Cannabis sativa e será utilizado na produção do Mevatyl, da GWPharma, indicado para tratamento da esclerose múltipla.

Essas mudanças no mercado e na legislação devem ser observadas por farmácias e drogarias, segundo a especialista em Assuntos Regulatórios, Betânia Alhan. “Com a maior incidência de depressão, o crescimento nas vendas de antidepressivos e a inclusão do canabidiol na lista dos controlados, os estabelecimentos precisam estar totalmente legalizados e em dia com a Anvisa para a venda desse tipo de produto. Dispensar esses medicamentos indiscriminadamente pode caracterizar tráfico de drogas”, alerta Betânia.

 

Classe terapêutica de antidepressivos e estabilizadores de humor

Evolução do faturamento e do volume

2012 2013 2014 2015 2016
Valores R$ 1.872.056.569 2.169.371.586 2.474.165.079 2.921.916.753 3.453.818.626
Unidades 42.615.324 45.204.012 49.210.091 54.894.712 60.426.341

Fonte: IMS Health

 

Comunicação Ascoferj

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