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Cuidados ao contratar familiares

Relação deve ser de profissionalismo, sem regalias ou exceções. E na hora do feedback, deixe o emocional de lado.

Revista da Farmácia – ed. 200:

Você certamente já contratou um parente ou amigo para determinado cargo da empresa ou conhece alguém que passou por essa situação, o que é muito comum, ainda mais em períodos de crise como a que o Brasil enfrenta atualmente. Indicar uma pessoa conhecida para determinado cargo envolve muitas questões importantes e, se o empresário não estiver alerta, a contratação pode trazer dores de cabeça no futuro.

Parentes são todos aqueles que estão dentro de um núcleo familiar com uma mesma relação sanguínea: pai, mãe, filhos, netos, bisnetos, primos. Mas essas gerações se multiplicam e, a partir daí, viram cunhados, noras, genros, sogros, que acabam entrando no núcleo e não são necessariamente da família. Se, por um lado, trabalhar com um parente pode significar a percepção de contratação da pessoa certa, por outro, a escolha pode criar situações delicadas, de favorecimentos e manipulação, fazendo o trabalho virar uma extensão do ambiente familiar, o que deve ser evitado.

A especialista em Recursos Humanos (RH) e consultora na área, Lucia Gadelha, analisa a questão e diz que não percebe vantagens nesse tipo de contratação, porque, querendo ou não, na hora de dar um feedback, por exemplo, o empresário estará envolvido emocionalmente com a pessoa. “Se não existir profissionalismo de ambas as partes, a probabilidade de conflitos é maior, mas, se não houver outra opção, oriento o empresário a reforçar as regras e políticas da empresa para que prevaleça sempre o respeito”, aconselha.

A especialista sugere uma relação formal no ambiente de trabalho, pois isso ajuda a preservar a imagem tanto do empregador quanto do empregado, seja ele um familiar ou não. Se, no fim de semana, houve uma festa familiar, por exemplo, evite fazer comentários junto aos funcionários, para que eles não pensem que o profissional é privilegiado porque é membro da família.

“Deixe claro para o funcionário que ele não deve se prevalecer do vínculo familiar para conseguir algo, como sair mais cedo ou não fazer determinada tarefa, deixando a atividade para o dia seguinte. Ele, inclusive, deve ser um exemplo para a equipe, e o empresário não pode tratá-lo de forma diferenciada, mas sim manter uma relação transparente com o grupo, esclarecendo que as regras valem para todos”, orienta Lucia.

Uma possibilidade trazida pela especialista é quando se tem mais de uma loja. Nesse caso, o melhor é alocar o parente ou o amigo no estabelecimento onde ele fique distante das pessoas com quem tem laços familiares. “Quando você coloca um parente para tomar conta, automaticamente você está infantilizando a maneira de lidar com o grupo. Isso acaba resultando em funcionários desmotivados e descomprometidos”, alerta Lucia.

O que também precisa ser evitado pelas empresas é o pagamento de um salário abaixo da média porque está empregando um parente, o famoso “eu te ajudo, você me ajuda”. Em longo prazo, a ação é negativa porque se torna pessoal demais, tanto o empregador como o funcionário se sentem explorados. O primeiro porque ficará sujeito às atitudes do empregado, sejam elas quais forem, e o segundo porque se sentirá no direito de agir como quiser, já que ganha pouco. Portanto, o salário de um parente ou amigo deve seguir os padrões do mercado de trabalho, nem mais, nem menos.

 

Regras valem para todos

A diretora de Transição de Carreira da Lee Hecht Harrison, Karla Candal, lista alguns cuidados essenciais para esse tipo de relação não gerar conflitos. “No momento da contratação, é fundamental estabelecer os papéis e as responsabilidades para esse funcionário. Afinal, as regras da empresa devem ficar claras e o tratamento deve ser igualitário”, afirma.

De acordo com ela, o parente deve passar pelos mesmos critérios de processo seletivo comum a todos. Além disso, deve estar enquadrado na política salarial da organização. “Ele é um profissional como qualquer outro e deve ser tratado como todos”, acrescenta.

Nos casos em que o trabalho não está sendo entregue conforme as exigências do cargo, Karla sinaliza a importância de um feedback, alertando sobre a falta de produtividade do profissional e apontando a necessidade de algum tipo de apoio para fazer as atividades corretamente. Se não adiantar, ela orienta que o empresário passe a definir prazos e metas para serem cumpridos pelo parente.

Karla pontua que, inevitavelmente, vão existir conversas no trabalho sobre o ambiente familiar e vice-versa, independentemente do tamanho da empresa. No entanto, essas situações são mais recorrentes nas empresas familiares. “Quando os assuntos domésticos passam a atrapalhar o desempenho do negócio, penso ser o momento de revisar a relação de trabalho, avaliando as perdas e os ganhos na manutenção do vínculo profissional”, pondera Karla.

A especialista afirma ainda que, se o entendimento for de que empregar o familiar não foi a melhor escolha para o cargo, a melhor saída é o desligamento. “O processo é o mesmo de outros funcionários. Nesse momento, é preciso deixar a parte emocional de lado e aprender a separar as duas situações”, completa.

Para evitar problemas desse tipo, as grandes empresas, como as multinacionais, não contratam funcionários da mesma família e a maioria tem essa regra descrita nos manuais. Nas empresas com RH mais estruturado até existe esse tipo de contratação, mas o currículo do candidato é enviado diretamente para o departamento fazer uma avaliação e dar continuidade ao processo. Dessa maneira, a pessoa que indicou fica isenta de qualquer responsabilidade. Quanto melhor for definida a forma de contratação, mais positivos serão os resultados e mais profissionalismo terão todos os envolvidos.

 

Seis cuidados na hora de contratar um parente

  1. Ele deve passar pelo processo seletivo comum a todos os candidatos.
  2. As regras da empresa valem para todos os funcionários, inclusive para ele.
  3. Na hora de um feedback, separe o lado emocional do profissional.
  4. Evite conversas informais do ambiente familiar no trabalho.
  5. Deixe claro que ele não terá regalias porque é membro da família.
  6. Contratou e não deu certo? Siga o processo de desligamento, como faria com outro funcionário.

Comunicação Ascoferj

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