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Ensino a distância

Dificuldade na mobilidade urbana, falta de segurança e redução de custos são os principais fatores que estimulam a busca por essa modalidade de treinamento nas empresas.

Revista da Farmácia – ed. 197:

jose luiz
José Luiz Lordello, professor, palestrante, coach e diretor de Novos Negócios na EaDucativa

Presente em todo o País, a educação a distância (EaD) vem crescendo ano após ano. Atualmente, 42% das instituições que ofertam cursos regulares em EaD estão concentradas na região Sudeste. Somente em São Paulo, estão 22% delas. A previsão é de que, em 2017, haja dois milhões de matriculados nessa modalidade para cursar um ensino superior. Em 2015, os cursos livres corporativos e não corporativos somavam cerca de quatro milhões de alunos matriculados, sendo 53% mulheres com idade entre 31 e 40 anos. Em geral, os alunos são pessoas que trabalham para custear os estudos. No entanto, o segmento apresenta desafios para reter os estudantes. Dados da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), de 2015, reportam taxas de evasão entre 26% a 50% em cerca de 40% das instituições de ensino que oferecem cursos totalmente a distância. Nesta entrevista, José Luiz Lordello, professor, palestrante, coach e diretor de Novos Negócios na EaDucativa, com 25 anos de experiência no segmento de ensino superior, fala sobre as vantagens do ensino a distância para a empresas.

 

Revista da Farmácia: A educação a distância (EaD) vem ganhando cada vez mais espaço. A que fatores você atribui esse crescimento?

José Luiz Lordello: A EaD é uma realidade que vem se consolidando no Brasil, mas ainda há muito espaço para crescer. Existem fatores socioeconômicos que propiciam esse crescimento. O principal fator econômico é a redução no custo de aquisição de educação para o público. Isso só foi possível com os avanços tecnológicos que geraram outros estímulos econômicos, como redução do custo com ferramentas de produção de conteúdos virtuais, utilização da internet como canal de distribuição desses conteúdos e drástica redução nos custos de conexão entre a oferta e a demanda, fazendo com que as indicações, os grupos de referência, as conexões em rede e os mecanismos de busca facilitem o encontro entre o comprador e o vendedor. Do ponto de vista social, temos questões de mobilidade urbana, especialmente nos grandes centros, e ainda questões relacionadas à segurança. O estudante a distância perde menos tempo, economiza dinheiro e tem mais sensação de segurança ao estudar no tempo que tiver disponível e no local onde desejar.

 

RF: Como se dá a certificação na EaD? Ela tem a mesma garantia que a certificação de um ensino presencial?

Lordello: Sim. Na educação a distância oferecida por instituições formadoras credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC), o valor do certificado para o mercado de trabalho é rigorosamente o mesmo. Há um processo regulatório rígido para a oferta de cursos a distância, que está submetido à avaliação do órgão regulador, assim como às instituições que os oferecem.

 

RF: Quais os desafios para o aluno, já que não há uma sala de aula física?

Lordello: O principal desafio a ser enfrentado pelo aluno é a autodisciplina para os estudos. A questão da sala de aula física tem sido superada por modernos ambientes virtuais de aprendizagem, em que o aluno pode ter praticamente tudo o que necessita para realizar o curso com sucesso. Manter-se estimulado para continuar os estudos é outro desafio que tem sido observado tanto pelos fornecedores de conteúdos quanto pelos de plataformas.

 

RF: Qual o papel do MEC? Há alguma ingerência ou controle?

Lordello: O papel do MEC é exatamente o mesmo que no ensino presencial. Há um controle de qualidade rígido sobre o projeto pedagógico e currículo dos cursos, sobre o corpo docente e tutores, sobre a oferta de cursos e abertura de núcleos presenciais e sobre a infraestrutura física e tecnológica das instituições que estão aptas a oferecer os cursos a distância.

 

RF: Do ponto de vista tecnológico, a EaD está na terceira geração, com o uso de ambientes virtuais interativos. Como você define e descreve a tecnologia utilizada atualmente para o ensino a distância?

Lordello: Acredito que ainda há muita coisa por vir, mas hoje o uso de ambientes virtuais interativos e multimodais, que, juntos, trazem entretenimento e educação, já são uma realidade adaptada à cultura hedonista da geração millenials, e a tendência é que isso evolua muito ainda.  Do ponto de vista da tecnologia, estamos trazendo para a educação, no mundo web, muito da forma como nos comunicamos e aprendemos no mundo real. Fazemos isso usando, ao mesmo tempo, gestos, cores, sons e imagens. E quando conseguimos trazer uma experiência sensorial completa para o processo de aprendizagem numa plataforma com realidade aumentada, por exemplo, nos identificamos muito mais com os conteúdos explorados, e o aprendizado acontece de forma mais rica.

 

RF: E quais as vantagens e desvantagens de tudo isso?

Lordello: As principais vantagens do uso da tecnologia em educação têm a ver com o conteúdo multimídia interativo, com a farta disponibilidade de cursos online úteis para qualquer tipo de aprendizado e saber e com ferramentas de apoio ao ensino, como robôs, hologramas e impressoras 3D. As tecnologias móveis criam oportunidades de aprendizagem aos alunos além dos muros da escola e todas essas tecnologias permitem aos estudantes participar de diversos eventos educacionais em qualquer parte do mundo sem sair de casa. Quanto às desvantagens, acredito que tenham mais a ver com os comportamentos que a superexposição à tecnologia possa provocar na geração atual de jovens, mas isso é um efeito colateral de todo tipo de excesso. Para as escolas, o grande desafio é o de prover capacitação docente e infraestrutura; e para os professores, manterem-se atualizados para não se tornarem obsoletos e lidarem com as demandas virtuais de uma geração extremamente conectada, atuando como mentores da aprendizagem.

 

RF: Como são desenvolvidas as plataformas de ensino online?

Lordello: As plataformas são softwares que visam criar um ambiente de aprendizagem que não deve se restringir a uma sala de aula. O objetivo é que o estudante tenha à sua disposição os recursos de vários sítios, como os de sala de aula, bibliotecas, laboratórios, atividades extraclasse etc., tudo num mesmo ambiente, com a possibilidade de uma gestão da evolução do aluno. O principal desafio é o de conseguir gerar o mesmo estímulo ou até maior do que aquele gerado na interação do professor com o aluno no ensino presencial. Daí as inserções de jogos, games, quizes e outras formas de entretenimento vinculado ao processo de aprendizagem. No ensino formal brasileiro, há a predominância do uso de software livre customizado para as necessidades das instituições de ensino, o que as obriga a montar pesadas estruturas de TI para suporte, hospedagem e manutenção. Há também plataformas que provêm tudo isso pelo custo de uma licença de uso anual.

 

RF: Quais as tendências?

Lordello: Atualmente, as plataformas vêm se modernizando e oferecendo funcionalidades relevantes para a gestão do conhecimento e intervenções nos problemas de aprendizagem dos alunos. É o caso das plataformas adaptativas, que interpretam as dificuldades dos estudantes por meio de algoritmos próprios, permitindo que se conheçam as lacunas individuais para implantação de melhorias.

 

RF: Na era do smartphone e da mobilidade, a EaD já se adaptou? Hoje é possível fazer as aulas, assistir aos vídeos e interagir com professores pelo celular?

Lordello: Totalmente. Daqui a pouco, faremos isso por smartwatch, que é um dos muitos wearables tech de que o mercado já dispõe. Praticamente, todas as plataformas já funcionam de forma responsiva em qualquer dispositivo e já existe uma tendência ao desenvolvimento de aplicativos para que os conteúdos educacionais sejam baixados e consumidos offline.

 

RF: Como as empresas estão utilizando a EaD atualmente?

Lordello: Para treinar e capacitar colaboradores em atividades educacionais em que há predominância de conteúdos teóricos e comportamentais. A capacitação presencial ainda é a mais utilizada em treinamentos que requerem interação física do aluno ou quando são oficinas, em que a conexão presencial e o “fazer junto” é importante. O treinamento presencial requer uma mobilização muito grande de tempo e de recursos por parte das organizações. Por isso, com os avanços das plataformas atuais, muito do que se faz fisicamente pode ser realizado virtualmente por simuladores e realidade virtual aumentada. A tendência moderna é que a plataforma LMS, ou ambiente de aprendizagem virtual, integre-se com outras funções de RH das empresas, como recrutamento e seleção e avaliação e desenvolvimento, gerando uma plataforma mais ampla, que já tem sido denominada Talent Management System (TMS).

 

RF: Quais os benefícios do ensino a distância para as empresas?

Lordello: Os benefícios que mais se destacam são a redução drástica de custos com especialistas, palestrantes, infraestrutura física e deslocamento – quando se opera em unidades geograficamente dispersas –, a economia de tempo e o aumento da produtividade e do nível de aprendizagem, com destaque para o controle da evolução dos colaboradores na plataforma, a velocidade na obtenção de conhecimentos e competências e o mapeamento e o inventário físico do capital intelectual instalado na organização. Do ponto de vista mais intangível, a organização que se atualiza e investe em aprendizado e conhecimento mantém um ambiente de inovação e criatividade. A coisa mais certa, neste século, é que as organizações vão mudar e se reinventar muitas vezes ao longo de seu ciclo de existência. A educação a distância ajuda para que essas mudanças sejam mais rápidas e, por conseguinte, tenham melhores resultados.

 

RF: De que forma, os recursos virtuais podem melhorar a aderência e o engajamento dos colaboradores?

Lordello: Os recursos virtuais são exatamente para isso. Ainda hoje, existe a prática de se colocar em plataformas virtuais de aprendizagem recursos digitais utilizados no mundo presencial, o que é apenas digitalização e não aprendizagem virtual. Imagine você digitalizar um código de ética e conduta com 20 páginas e querer que alguém o estude! Agora, se você cria uma história com um vídeo animado e um personagem que dá sentido àquele código, as pessoas se conectam com a essência da história, aderem e se engajam com muito mais facilidade. Como disse antes, a comunicação é multimodal e multissensorial. A aprendizagem, por sua vez, deriva da necessidade inerente ao ser humano de se comunicar. As pessoas querem aprender com prazer, como as crianças fazem. Elas têm a necessidade de colaborar e, ao mesmo tempo, competir. O engajamento se dá quando você consegue resposta a esses estímulos, utilizando os recursos tecnológicos e pedagógicos de que dispõe. Os recursos virtuais por si só não fazem milagres. O importante aqui é a pedagogia que está por trás da estratégia de aprendizagem.

 

RF: A educação a distância para ambientes corporativos também é útil e adaptável para pequenas empresas?

Lordello: A EaD é para qualquer tipo de empresa, porque o conhecimento é a chave para o aumento da competitividade e produtividade dos negócios, independentemente do porte empresarial. A vantagem da EaD é que os custos são infinitamente inferiores e o pequeno empresário não vai precisar tirar o funcionário do posto de trabalho para capacitá-lo. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), 93% das empresas do País são micro e pequenas. A forma mais rápida e viável de elas sobreviverem e se manterem competitivas é a capacitação para o crescimento, e a EaD faz isso ser rápido e escalar.

Comunicação Ascoferj

 

 

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