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“Sem inovação não teremos papel expressivo no futuro, porque a inovação é a força do crescimento de qualquer área, especialmente a da saúde”. Assim o presidente do Sindusfarma, Omilton Visconde Júnior, definiu o desafio que a indústria farmacêutica instalada no Brasil terá pela frente nos próximos anos.
A declaração foi feita na abertura do seminário Áreas Estratégicas na Indústria da Saúde, que aconteceu no dia 26/10, na sede da entidade. “Esse debate é de grande importância para a indústria e vai fornecer uma agenda relevante para os candidatos e o futuro presidente da República”, disse Omilton.
O encontro foi organizado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em parceria com Sindusfarma; Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo); e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Omilton pregou uma melhor coordenação dos órgãos governamentais encarregados da política industrial para o setor – BNDES e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “Não adianta esses agentes se organizarem se a Anvisa e o sistema tributário não estiverem integrados no processo”.
O representante da Abimo, Márcio Bósio, também se referiu aos entraves regulatórios, defendendo mais agilidade no registro dos produtos médicos. “O ‘custo Brasil’ está em algumas exigências da regulação e em prazos”, disse. “Desenvolvemos o produto sem previsão de quando ele chegará ao mercado”.
Dirceu Barbano, diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), disse que há um esforço para eliminar esses gargalos. “Temos o desafio de dar um novo salto de desenvolvimento da indústria de saúde brasileira”, afirmou. “Queremos acolher e ampliar uma política de governo. Estamos abertos ao diálogo com o setor produtivo”.
A diretora da ABDI, Cleila Pimenta destacou o propósito do evento. “O principal objetivo do seminário é fortalecer a interação entre os diversos atores da indústria da saúde”, disse. “O seminário quer mostrar que é possível fazer biotecnologia e nanotecnologia no Brasil”.
Para o representante da Fiesp, Gabriel Tannus, o Brasil não pode se dar ao luxo de perder de novo o bonde da história na área farmacêutica. “É preciso promover a aproximação entre Academia e o setor industrial”.