A Hypermarcas está buscando reduzir descontos em preços de seus produtos antes do previsto reajuste de 10% a ser promovido pelo setor farmacêutico a partir de abril, como forma de melhorar margens impactadas pela desvalorização do real sobre o dólar.
Em teleconferência com analistas ontem, o presidente da companhia, Claudio Bergamo, afirmou que tem “margem para reduzir alguns descontos e estar buscando reduzir em todos os mercados para compensar eventuais efeitos que vão além do preço de tabela”.
Apesar do aumento de preços, a expectativa da empresa é que sua participação de mercado fique estável neste ano. A Hypermarcas também espera “pequeno aumento de volume” de vendas, afirmou ele.
Bergamo acrescentou que está vendo o poder “muito forte” de negociação da Hypermarcas junto a fornecedores e que a companhia vai trabalhar em 2016 para reduzir custos, diante de um cenário inflacionário e da recessão no país.
Analistas do Itaú BBA consideraram o resultado do quarto trimestre da Hypermarcas fraco, com significativa deterioração de margem bruta.
Enquanto isso, analistas do Credit Suisse consideraram o balanço “pouco inspirador” e destacaram a limitada geração de caixa e também o declínio das margens da companhia.
Bergamo comentou durante a teleconferência que a geração de caixa da divisão de fármacos, principal da companhia, é mais forte que a da área de consumo e que isso, aliado aos recursos recebidos com venda de ativos como a divisão de cosméticos, permite à empresa analisar oportunidades de retornos de capital a acionistas. Ele não deu detalhes.
Depois de vender a área de cosméticos para a Coty no final do ano passado, a Hypermarcas está trabalhando para tornar independentes os negócios com fraldas. De acordo com o presidente da companhia, existem vários interessados na área.
Fonte: DCI