Enquanto a crise econômica avança no Brasil, aumentando o desemprego e reduzindo a renda familiar, a indústria farmacêutica tem oferecido mais descontos ao mercado varejista. Entre janeiro e outubro deste ano, o percentual do abatimento passou de 36,96% para 39,23%. Cerca de R$ 6,54 bilhões em medicamentos foram vendidos às farmácias brasileiras em outubro, segundo o preço de lista. Mas, considerando o desconto, o varejo pagou R$ 3,98 bilhões.
“A indústria enfrenta hoje um dilema: o aumento dos custos de produção força uma queda nos descontos, mas fazer isso no meio da crise pode significar uma perda de mercado. Os números mostram qual tem sido a decisão”, afirma Antônio Britto, presidente executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).
Evolução dos descontos praticados pela indústria farmacêutica no Brasil
jan/15 | fev/15 | mar/15 | abr/15 | mai/15 | jun/15 | jul/15 | ago/15 | set/15 | out/15 |
36,96% | 37,17% | 38,05% | 38,10% | 38,71% | 38,77% | 39,15% | 38,49% | 38,55% | 39,23% |
Fonte: IMS Health. Elaboração: Interfarma.
A indústria farmacêutica comercializou pelo mercado varejista brasileiro 286 milhões de unidade de medicamentos em outubro. Juntas, essas unidades somam 11,8 bilhões de doses, o que representa um crescimento de 2% em comparação com as vendas do mesmo mês em 2014.
Já o preço dos medicamentos, incluindo o desconto, sofreu um aumento de 5%, passando de R$ 3,78 bilhões para R$ 3,97 bilhões. A diferença está abaixo da inflação estimada para o período, de 9,93%, segundo o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA).
Hoje, o varejo farmacêutico, pelo canal farmácia, representa 75% do mercado nacional.
Fonte: Assessoria de Imprensa/Interfarma