A Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) desenvolveu um panorama setorial para entender como as farmácias de manipulação no Brasil vem se desenvolvendo ao longo do ano de 2020. Segundo o levantamento, o setor é impulsionado por pequenas e médias empresas, em que 96,6% faturam menos de R$ 3,6 milhões ao ano, confirmando a predominância das empresas de pequeno porte.
Com esses dados, a tendência apresentada no último panorama, em 2018, é reafirmada, mesmo com a retração em boa parte da economia nacional por causa da pandemia da Covid-19.
O estudo mostra ainda que as farmácias de manipulação somaram R$ 6,96 bilhões em faturamento, com margem de crescimento de 5,8% – acima da inflação do país –, entre 2017 e 2019. Dados do IBGE mostram um crescimento de 2,2% do PIB no mesmo período.
Número de farmácias de manipulação
Em relação ao número de farmácias de manipulação existentes no país, há uma constância de crescimento – em 31 de dezembro de 2019 havia 7.939 pontos de venda, o equivalente a um aumento de 6% em dois anos. Desse total, 79,7% são de estabelecimentos matriz e 20,3% de filiais.
Houve ainda uma expansão para regiões do País com percentual de representatividade menor, como o Nordeste (20,7% de crescimento) e o Norte (17,9%). A região Sudeste segue liderando (56,1%), e São Paulo é o estado com o maior número de empresas (33%).
Empregabilidade no setor
O número de empregados celetistas nas farmácias de manipulação também aumentou na região Norte do país: 11%, seguindo pelas regiões Centro-Oeste (10,4%) e Nordeste (8,4%). Na região Sul houve a menor variação (3,1%).
O Sudeste foi a região de maior participação no aumento de empregos do setor – ao todo, foram criadas mais de duas mil vagas, 59,5% do volume total de novos postos de trabalho formal no setor (3.431).
Individualização do tratamento
Para o farmacêutico e diretor executivo da Anfarmag, Marco Fiaschetti, as farmácias de manipulação têm características específicas que auxiliam no crescimento do setor: “Nossos associados trabalham com produtos individualizados, feitos especificamente para as necessidades daquele cliente, além de serem de baixa elasticidade, ou seja, na maioria dos casos, a aquisição do produto se faz pela preocupação com a saúde, o que torna essa atividade menos suscetível à paralisação do consumo ou à substituição. Além disso, o público consumidor é formado por faixas com melhor poder aquisitivo”.
Contudo, segundo o executivo, a tendência é que cada vez mais pessoas tenham acesso à manipulação: “A capilaridade das farmácias de manipulação permite que o sistema público de saúde conte com profissionais especializados em todo o País, que podem suprir demandas de pacientes internados e de pacientes que precisam de cuidados em casa”.
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Fonte: Revista da Farmácia