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Vale a pena abrir uma farmácia?

Especialistas concordam que sair do formato de carteira assinada requer conhecimento e entendimento do mercado.

Revista da Farmácia – ed. 197:

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O mercado continua retraído devido à crise que o País enfrenta, mas cada um tenta se reinventar da maneira que pode. Os números mostram que os brasileiros estão deixando de lado o medo de enfrentar diferentes experiências, como abrir o próprio negócio, em busca de dias melhores para a vida profissional. Pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada em 2015 e patrocinada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mostrou que quatro em cada dez brasileiros adultos já possuem um negócio ou estão envolvidos com a criação de uma empresa.

Segundo o estudo, em 2015, a taxa de empreendedorismo, no País, foi de 39,3%, o maior índice dos últimos 14 anos e quase o dobro do registrado em 2002, quando era de 20,9%. A pesquisa ainda revela que, devido à crise, aumentou a quantidade de empreendedores que abrem empresas porque não têm renda ou porque faltam oportunidades, o que, na prática, pode resultar em empresas pouco inovadoras e menos preparadas.

Levando em consideração que, enquanto a maioria dos setores da economia anda para trás, o segmento de farmácias e drogarias continua em crescimento, pode sim ser um bom negócio investir, mas é preciso cautela em todo o processo para que os resultados não sejam arruinados.

Na atual situação de mercado, as vendas do setor farmacêutico somaram R$ 39,46 bilhões no País em 2016, alta de 11% na comparação com o ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). O crescimento é inferior ao avanço de 12% em 2015. O setor vem desacelerando nos últimos anos devido à recessão econômica, que, em 2016, provocou algo inédito em mais de uma década: a queda da venda de “não medicamentos”, como cosméticos, perfumaria e itens de conveniência. A comercialização de medicamentos cresceu 10,93% em 2016, passando para R$ 26,61 bilhões. O segmento de não medicamentos subiu 7,41%, para R$ 12,85 bilhões. Pela primeira vez desde 2011, a alta é menor que 10%, mas ainda assim os resultados são positivos se comparados com outros ramos da economia.

 

Fatores de sucesso

O consultor especializado em Varejo Farmacêutico e sócio proprietário da Avant Fiscal, Giovane Moreira, prevê um investimento inicial de R$ 300 mil a R$ 400 mil, para aquisição de mobiliário, estoque e equipamentos. Parte desses recursos também será utilizada para a formação de capital de giro, que deve ser suficiente para sustentar um negócio por seis meses, aproximadamente. Dessa forma, o empresário evita fazer empréstimos bancários para pagar as contas.

Para o consultor, vale muito a pena investir no ramo, mas somente se o novo empreendedor estiver atento aos quatro principais fatores para o sucesso do negócio: escolha do melhor ponto comercial; compras em escala para gerar preço baixo ao consumidor; presença em todas as plataformas de atendimento ao cliente, tanto física como digital; e capital de giro para os seis meses iniciais.

“Se o profissional desconhece esses fatores, aconselho não arriscar e continuar trabalhando como funcionário, até que esteja mais preparado para abrir a própria farmácia. Ou então, nesse caso, montar uma sociedade com quem entenda do assunto pode ser uma alternativa para minimizar os riscos”, orienta Giovane Moreira.

Dominar alguns conceitos de gestão financeira também é indispensável. “É essencial que o empreendedor entenda um pouco de contabilidade, mesmo que contrate um contador, pois, devidamente informado sobre impostos a recolher, conseguirá se planejar financeiramente e pagar as taxas em dia”, orienta. O consultor cita ainda a necessidade de se fazer continuamente um fluxo de caixa, ferramenta que controla a movimentação financeira de uma empresa em um período determinado.

Por fim, Moreira menciona a importância de dominar os conceitos da Curva ABC para estoques, ferramenta gerencial que auxilia na identificação dos itens mais vendidos, que não podem faltar nunca no estoque da loja.

 

Coragem, criatividade, determinação

Essas são três características citadas como importantes pelos especialistas para quem desejar abrir a própria farmácia, mas devem andar de mãos dadas com alternativas que minimizem os riscos aos quais os novos empreendedores estão sujeitos, entre eles, não vender, vender pouco com margem reduzida e vender com prazos muito longos, sacrificando o capital de giro.

Quanto ao investimento inicial, uma assessoria de profissionais especializados ajuda a estimar o valor do negócio e dimensionar o retorno dos investimentos adicionais que serão necessários. “Em se tratando da aquisição de uma farmácia já existente, por exemplo, recomendo uma auditoria, principalmente trabalhista e fiscal, para conhecer a real situação da empresa, evitando surpresas desagradáveis depois da compra”, completa o consultor Financeiro, Jorge Wilson Alves.

Na visão do presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos (Sincofarma), de São Paulo, e também empresário do varejo farmacêutico, Natanael Aguiar Costa, para um farmacêutico, é mais fácil encarar o desafio de abrir a própria farmácia, uma vez que ele tem a vantagem da formação na área. “Quanto ao balconista, ele deverá pensar bem antes de fazer um investimento dessa magnitude, pois sem a formação farmacêutica, terá que custear a contratação de um responsável técnico”, destaca.

 

Dicas do Sebrae/RJ

A analista de Políticas Públicas do Sebrae/RJ, Juliana Lohmann, afirma que a questão fundamental para esse novo empreendedor é buscar informação de mercado, de forma que consiga identificar concorrentes, calcular investimento inicial, relacionar os tributos a serem pagos e fazer o levantamento dos custos fixos e variáveis. Ajuda nesse desafio o aclamado plano de negócios, pois, por meio dele, o empreendedor organiza as informações para a melhor tomada de decisão. O plano contribui para identificar a viabilidade do negócio e, futuramente, auxilia na gestão da empresa. “Montar um plano de negócios é o primeiro passo para quem deseja empreender com segurança e eficácia”, garante Juliana.

Outro ponto destacado pela analista é o conhecimento da região onde se pretende abrir a farmácia. “É muito comum o empresário alugar um espaço, investir na abertura do estabelecimento e, quando vai tentar conseguir o alvará, constata que a Prefeitura não permite a licença naquele local, o que coloca todo o investimento por água abaixo”, alerta a analista. A dica, nesse caso, é fazer uma consulta de viabilidade no site da Prefeitura ou ir diretamente ao departamento responsável para questionar se naquele endereço é permitida a abertura de um estabelecimento farmacêutico. Essa medida preventiva evita problemas com a fiscalização.

Uma ferramenta útil aos novos empreendedores é o site Empresômetro. Por meio dela, o profissional consegue identificar por munícipio e por tipo de atividade quantos estabelecimentos existem em uma determinada região.

A mão de obra a ser contratada é outro fator importante e que precisa ser pensado estrategicamente. Ela pode ser especializada, quando o gestor contrata do mercado com experiência nas funções exigidas, ou treinada pela empresa. Juliana afirma que quanto mais especializada, mais cara ela será e tudo dependerá do tipo de investimento proposto pelo novo empreendedor. “Se a farmácia for uma franquia, deverá obedecer a determinadas regras, mas se for independente, terá mais liberdade para fazer escolhas”, lembra.

A analista cita os pontos que devem receber atenção redobrada na hora de decidir abrir um negócio, como estar com toda a documentação em dia para facilitar o processo de licenciamento; ficar de olho nas legislações específicas dos órgãos reguladores; entender sobre as questões tributárias, de preferência contratar um profissional de contabilidade para cuidar dessa parte; ficar atento às linhas de crédito e saber identificar qual a melhor para o negócio; aprender a formar preços e negociar prazos para pagamentos; conhecer bem os fornecedores; e buscar sempre ser inovador, para se destacar em relação aos concorrentes.

 

Os dez maiores desafios do empreendedor brasileiro

A Endeavor divulgou, em 2016, a pesquisa Desafios dos Empreendedores Brasileiros, com apoio da Neoway e coleta do Datafolha, em que são apresentadas as principais dificuldades dos empreendedores brasileiros.

O estudo apresentou os dez maiores desafios e adivinhe o que vem em primeiro lugar: a gestão de pessoas. De acordo com o estudo, esse é o desafio mais doloroso apontado pelos empreendedores, que têm muita dificuldade na formação de lideranças.

Em segundo, aparece a gestão financeira, pois os custos das empresas estão aumentando e superando a receita, consequência da inflação dos últimos anos. E, em terceiro, a burocracia brasileira.

A partir da quarta posição, aparecem marketing e vendas, operações e processos, estratégia, infraestrutura, acesso a crédito e investimentos e governança corporativa. Para superar esses desafios, os empreendedores buscam apoio em instituições, grupos de trabalho, funcionários, amigos e familiares; mantém contato direto com mentores, pessoas com mais experiência e que já passaram por desafios parecidos; e participam de eventos de capacitação.

Comunicação Ascoferj

 

 

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