Venda do antiviral Tamiflu na Internet não passa de golpe

O Tempo – MG

O antiviral Tamiflu, indicado apenas com receita médica para o tratamento da gripe suína, continua a ser vendido pela Internet um mês após a denúncia de O TEMPO. A maioria dos supostos vendedores, no entanto, não possui o remédio, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que investiga a venda ilegal. Em contato com duas pessoas que oferecem o remédio pela Internet, a reportagem comprovou o golpe caracterizado como estelionato.

R$ 100. Foi por esse preço que um homem, que se apresentou como José Santos, vendeu uma caixa de Tamiflu à reportagem. Em São Paulo, por telefone, ele garantiu que o remédio chegaria à capital mineira, por Sedex 10, no dia seguinte. O dinheiro foi depositado na conta de Aderoaldo Matias Machado, mas o Tamiflu não chegou a Belo Horizonte. Na quarta-feira, José não atendeu o celular e ontem desligou o aparelho logo após ser questionado sobre o Tamiflu.

No primeiro contato pelo telefone, José se mostrou tímido, mas logo disse que conseguiu o antiviral na Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, onde ele disse trabalhar. Alegando ser enfermeiro, ele receitou o medicamento como preventivo. "Para evitar a gripe suína, tem que tomar um comprimido por dia", disse.

A venda de remédio pela Internet sem receita médica é crime e a pena, segundo a Polícia Federal, pode variar entre dez e 15 anos. Santos, porém, cometeu estelionato. Segundo o assessor de segurança institucional da Anvisa, Adilson Bezerra, 99% das pessoas que anunciam a venda do antiviral na Internet não possuem o medicamento. Ele garantiu que a Anvisa está monitorando a venda ilegal de medicamentos, mas ninguém ainda foi preso vendendo o antiviral.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil de São Paulo, mas não há denúncias contra José. Na ficha de Aderoaldo Matias Machado havia uma ocorrência, em que ele foi vítima de roubo. "Não conheço ninguém com esse nome (José Santos). Fui demitido e me falaram que a conta do banco seria fechada automaticamente. Ele pode ter achado meus documentos, meu cartão, e está movimentando a conta", relatou..

No dia 21 de julho, O TEMPO publicou a conversa com um homem que se identificou como Irinaldo Pereira. No site "Que Barato" ele anunciava uma caixa do remédio por R$ 150 e, por telefone, garantiu que tinha conseguido o medicamento com dois cunhados que trabalham no Ministério da Saúde. Ontem, a reportagem ligou para o mesmo número de telefone, mas quem atendeu foi outro homem, que se identificou como Anderson e contou uma história diferente. "A caixa custa R$ 165. Tenho uma farmácia e mantive o estoque quando o governo recolheu o produto", comentou. O Ministério da Saúde informou, por meio da assessoria de imprensa, que os lotes de medicamentos foram verificados após denúncias da imprensa e não foi constatado desvio de remédio. "A vítima do golpe pode procurar uma delegacia ou até mesmo a Anvisa para dar queixa. Porém, o ideal é que a pessoa tenha consciência de que não deve comprar remédio sem orientação médica, muito menos pela Internet, já que elas não têm ideia da procedência", orientou Bezerra. As páginas de José e Irinaldo foram retiradas do ar.

Foto de Ascoferj
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