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Imune à crise e com bons resultados

Crise econômica, juros mais altos, desemprego, perda do grau de investimento, alta do dólar, empresas lucrando menos: todo esse cenário revela que o País está passando por uma crise que afeta todos, sem exceção. De acordo com especialistas, o Brasil vai demorar alguns anos para se recuperar desse baque, o que deve ocorrer apenas a partir de 2022. Isso se a economia crescer, no mínimo, 2% ao ano de 2017 a 2022, uma previsão bastante otimista.

Revista da Farmácia (Edição 190)

Crise econômica, juros mais altos, desemprego, perda do grau de investimento, alta do dólar, empresas lucrando menos: todo esse cenário revela que o País está passando por uma crise que afeta todos, sem exceção. De acordo com especialistas, o Brasil vai demorar alguns anos para se recuperar desse baque, o que deve ocorrer apenas a partir de 2022. Isso se a economia crescer, no mínimo, 2% ao ano de 2017 a 2022, uma previsão bastante otimista.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que, no segundo trimestre de 2015, a taxa de desemprego subiu e chegou a 8,3%, a maior da série histórica que se iniciou em 2012. O percentual de famílias endividadas também aumentou, alcançando 63,5% em 2015, revela a Pesquisa do Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), feita com 18 mil consumidores pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Na comparação mensal, o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso aumentou de 22,4% para 23,1%. A proporção de pessoas que relataram não ter condições de pagar suas dívidas registrou o maior patamar desde junho de 2011, alcançando 8,6% em setembro de 2015.

A crise foi tanta que chegou a afetar o consumo brasileiro. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela CNC, registrou 78,4 pontos em outubro, o menor valor desde o início da série histórica, em 2010, o que se deve à continuidade do quadro de deterioração do País, com a aceleração da inflação, o enfraquecimento da atividade econômica e o aumento da incerteza política, segundo a entidade.

 

Perspectivas para 2016

De acordo com a economista da CNC, Marianne Hanson, a situação não mudará muito este ano. “Como exemplo, temos a questão do desemprego. Apesar dos índices não serem tão ruins quanto do ano passado, ainda será negativo. Com isso, o poder de compras do consumidor continuará sendo afetado”, afirma.

Marianne acrescenta que o cenário será de incertezas, e a população pensará duas vezes antes de fazer dívidas. “O crédito mais caro e o câmbio, afetando a inflação e o preço dos produtos importados, fazem com que o cliente aja com mais cautela na hora de comprar e pagar seus produtos de forma parcelada”, destaca a economista.

Até a metade de 2016, o País passará por ajustes e, em curto e médio prazo, a situação não será muito diferente de 2015. “Os empresários, de maneira geral, precisarão ficar atentos a esses aspectos para não saírem no prejuízo. Será preciso um olhar especial ao estoque e acompanhar as tendências do novo consumidor”, alerta Marianne.

O gerente de Economia da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio), Christian Travassos, destaca que o volume de vendas estava crescendo, em média, 15% ao ano, mas que, no ano passado, houve uma queda. E dados do IBGE afirmam que o comércio encolheu suas vendas em 10% em todo o País, em 2015. “Este ainda será um ano de poucas vendas. Será preciso precaução e não terá muito para onde escapar. O tempo é fundamental para que tudo se estabeleça e, aos poucos, volte à normalidade”, completa Travassos.

 

Setor farmacêutico longe da crise

Se, por um lado, o comércio como um todo teve resultados negativos, por outro, dois setores ficaram estáveis: farmacêutico e tecnologia. Na maioria dos casos, isso acontece porque as pessoas precisam dos medicamentos para dar continuidade ao tratamento. Enquanto o comércio em geral recuou em vendas de agosto de 2014 a agosto de 2015, em – 5,2%, o setor farmacêutico, nesse mesmo período, apresentou um crescimento no volume de vendas de 5,6%. “Farmácias e drogarias vão na contramão da realidade do restante do comércio, pois é um segmento essencial para a saúde da população”, destaca Travassos.

O setor de informática também tem desempenho positivo, com crescimento de 4,7% em 2015. “Nos últimos meses, o mix de consumo acompanhou o cenário econômico e o consumidor passou a priorizar as compras relacionadas às novas tecnologias, por exemplo. Ele deixa de comprar carros, móveis e eletrodomésticos e passa a adquirir itens de informática, entre eles smartphone, tablet e laptop”, é o que afirma o especialista da Fecomércio.

A título de comparação, o setor de livros, jornais e revistas teve queda de 9,3%, e o de veículos e motos, recuou 12,9%.

Dados divulgados pela Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) também confirmam o distanciamento do segmento com os efeitos negativos da crise. Os associados da entidade tiveram um crescimento superior em vendas, se comparado ao restante do mercado. Entre agosto de 2014 e setembro de 2015, o crescimento das redes associativistas foi de 14,4%, em unidades, englobando medicamentos isentos de prescrição (MIPs), com prescrição e não medicamentos. Enquanto o restante do mercado cresceu 9,7%.

Os MIPs, em unidades, apresentaram o maior crescimento, tanto na Febrafar como no restante do mercado, 15% e 12,9%, respectivamente. Já os medicamentos com prescrição médica cresceram 14,4% pela Febrafar e 11,9% pelo mercado. Os não medicamentos, por sua vez, tiveram crescimento de 13,3% e 3,4%, respectivamente.

O market share, participação de mercado, da Febrafar também foi positivo e se manteve em crescimento em 2015. Em julho, foi de 9,06%; em agosto, 9,17%; e setembro, 9,21%. Nesse mesmo período, o volume de vendas foi de R$ 8,4; 8,5; e 8,6 bilhões, aproximadamente.

 

Mais crescimento para o setor

“O setor farmacêutico está conseguindo sobreviver à situação negativa que o País vive e não será diferente nos próximos meses. O mercado tende a continuar crescendo. Essa crise não é nossa”, sentencia o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.

O presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, espera para este ano um avanço tímido no processo de recuperação da macroeconomia, o que exigirá cautela, mas acredita em bons negócios para o varejo farmacêutico. “Será um período para se revisar despesas e margens de lucro. Porém, a expectativa para o setor farmacêutico é a melhor possível e com a manutenção da curva de crescimento”, destaca.

Para o diretor da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), Geraldo Monteiro, é preciso ter um olhar positivo e continuar criando estratégias para que os números permaneçam saudáveis. “Temos a vantagem de trabalhar com produtos de primeira necessidade, reduzindo o impacto da crise em nosso segmento. Porém, é preciso sempre olhar em volta, entender para onde caminha o setor e acompanhar as novas tendências, tanto do consumidor como do próprio negócio. Assim, continuaremos com os ótimos resultados”, diz Monteiro.

 

Em 2016, saia na frente

Para manter esse cenário de bons resultados e continuar alavancando as vendas, os empresários precisam criar estratégias que os impeçam de sair da linha de crescimento, destaca o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sincofarma/SP), Natanael Aguiar Costa.

Ele explica que o varejo farmacêutico, principalmente o de pequeno porte, precisa começar a criar planos, ter iniciativas e se motivar para enfrentar o que está a sua volta. “As grandes empresas já fazem isso e conseguem se destacar, mas o pequeno precisa começar a ter esse olhar e traçar estratégias para não ficar para trás”, afirma.

Natanael concorda que hábitos e ações simples ajudam a fidelizar o consumidor, mesmo em tempos difíceis. “É fundamental criar o hábito de falar o nome do cliente, oferecer um atendimento diferenciado, buscar alternativas de fidelização, apresentar descontos diferenciados, ter uma equipe bem treinada e fazer promoções”, pontua.

Ainda segundo ele, são essenciais a coragem e a vontade de arriscar. “Costumo dizer que crise é um bom momento para se aventurar. Quem não faz isso não consegue sair do lugar. Por que não investir positivamente nos negócios e melhorar a loja, deixando-a mais bonita? Tudo isso chamará a atenção dos clientes, e o lucro será consequência”, frisa o presidente do Sincofarma/SP.

Os empresários do setor precisam estar atentos também ao avanço das tecnologias e acompanhar as novas tendências de consumo, como as compras online e o relacionamento por meio das redes sociais. Outro ponto importante é a priorização do cliente, reconhecendo-o e cativando-o em datas importantes, como no mês de aniversário, por meio de ações promocionais. Outra dica importante é procurar manter as contas em dia para evitar o endividamento e evitar as linhas de crédito, já que os juros estão nas alturas. Com isso, o ano tem tudo para ser promissor.

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